Estou com sorte 😉

Participantes e colaboradores selecionados para o LA Cuida Uruguai

Se você acompanha o que acontece no Instituto Procomum, sabe que está tudo pronto para seguirmos rumo a segunda edição do LA Cuida, frio na barriga, muito trabalho, diálogo, protótipos  e colaboradores selecionados. Os colaboradores são pessoas que contribuirão com conhecimentos específicos para o desenvolvimento dos protótipos selecionados para esta edição. Após minuciosa análise, foram selecionados os 50 colaboradores que nos acompanharão nessa jornada. Para conhecer os nomes acesse o link.

 

Uma das premissas do Instituto Procomum é o trabalho com metodologias abertas e para entender um pouco do que foi esse processo de seleção, conversei com Lia Lopes, Gerente do LA Cuida.

 

Glaucia: Qual o papel do colaborador?

Lia: Colaboradores fazem parte da metodologia dos laboratórios de inovação cidadã. O proponente é o cérebro, o racional que tem a ideia do processo. A nosso ver, os colaboradores são coração, braços e pernas respectivamente. Coração porque a princípio deve haver uma conexão, braços e pernas para fazer essa ideia ganhar vida. Outro ponto é que o colaborador traz uma visão que faz com que o proponente reveja o próprio projeto. O coletivo traz possibilidades de outras ideias.

 

Glaucia: Me conta como foi o critério de seleção?

Lia: O processo de seleção dos colabs é feito em parceria com o Etinerâncias, estamos co-criando processos metodológicos para o laboratório. Em Cali, deixamos essa seleção a cargo do Etinerâncias porque estávamos com um tempo muito reduzido. Desta vez tivemos um olhar mais atento, lemos cada inscrição e nos pautamos por alguns critérios mais específicos. 

Entendemos que cada protótipo tem uma especificidade e perguntamos a cada proponente que tipo de saberes seriam necessários para desenvolver o seu projeto. Às vezes as pessoas possuem esse saber, às vezes não e neste caso, investimos energia na busca por estes saberes. O saber é algo muito importante neste processo de seleção. 

Uma outra coisa que não perdemos de vista é a questão de gênero e raça. Tentamos equilibrar os coletivos com diversidade de olhares. Mesmo entendendo que os projetos tendem a ter mais mulheres envolvidas, inclusive por conta do recorte do projeto. 

E por fim, foi necessário olhar para quem solicitou ou não hospedagem pois tínhamos apenas 10 vagas que foram priorizadas para pessoas provenientes de outros países para que pudéssemos ter um olhar mais diverso e amplo de experiências. 

 

A gente tenta priorizar a escolha da própria colaboradora (Os interessados selecionam o projeto do qual desejam fazer parte durante a inscrição), mas como tem pouco informação, pode acontecer do conhecimento do colab não estar adequado para aquele projeto, então remanejamos esta pessoa para um outro projeto no qual o saber dela será melhor aproveitado, conversamos e esperamos a confirmação. 

 

É importante ressaltar que oferecemos 10 hospedagens, mas não conseguimos oferecer passagens, então todos que estão vindo de outros países estão arcando com esse custo. Existem pessoas vindo do Brasil, do Chile, da Colômbia e da Venezuela. 

 

Glaucia: E o que você achou dos colaboradores?

Lia: É difícil dizer, só saberemos quando estivermos lá com as pessoas, mas a minha primeira impressão é que os Uruguaios são mais objetivos o que dificultou um pouco a seleção. No entanto, foi possível perceber que estamos com pessoas com bagagem, experiência, prática… São as mais variadas pessoas, desde artistas, engenheiras, comunicadoras… e assim conseguimos contemplar a maior parte das solicitações das proponentes. 

 

Glaucia: E no caso de haver alguma deficiência na equipe de cada projeto, como proceder?

Lia: Orientamos que parte do valor da bolsa seja direcionado para a contratação de um especialista. 

 

Glaucia: Quais desafios e anseios vocês vislumbram?

Lia: A partir do que já experimentamos no LAB, temos apenas colaboradores: há uma proposta e as pessoas vêm somar. O Victor, sempre menciona a importância da criação de redes e aqui não há um vínculo pré-determinado de tempo. O LA Cuida possui especificidades operacionais, estamos em um território distinto com tempo limitado, precisamos fazer o projeto decolar em 10 dias. Então estamos falando de uma prototipagem em um tempo menor para uma ação potente. 

As pessoas precisam criar vínculos, o que é algo muito importante para a questão do cuidado e os projetos vêm de uma comunidade, então não estão desvinculados da realidade. As pessoas vêm com as suas seres e o LA Cuida é como se fosse uma grande estufa, desejamos que as pessoas voltem para casa com uma muda para que elas retornem para seus territórios, plantem e vejam florescer.

Lia Lopes – Gerente LA Cuida

 

La Cuida é uma parceria entre Instituto Procomum, Coletivo Etinerâncias, MontevideoLAB, Cotidiano Mujer e colaboração do Think Olga, Im.pulsa, Unidade Agroalimentária Metropolitana e Friedrich Ebert Stiftung. 

Postar um comentário

Neste momento esta rede social é restrita