Programa de estágios do IP ajuda a tratar as relações como medida de saúde preventiva.

Desde sua criação, em 2017, o Procomum tem  anseio de ser um espaço constantemente aberto para a comunidade e os GT´s (Grupos de Trabalho) criados através de chamamentos já articulam atividades que acolhem qualquer interessado 

 

O Procomum olha pela diversidade e acolhe as vivências múltiplas majoritariamente de mulheres, pessoas negras e indígenas e do público LGBTQIAP+. Tal escolha exige que todas as relações sejam pautadas pelo cuidado, um dos temas transversais em nossas atividades. Pensando nisso que desde 2019, Stéfanis Caiaffo, Professor de Psicologia e Política da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, vem desenhando a inserção de estagiários em psicologia no Instituto. Desde o início, em 2020, o processo já acolheu 14 estudantes. Atualmente o programa de estágio conta com 4 estagiários: Ana Clara Ralize, Gabriela da Silva Bispo, Lucas Frazão e Maria Júlia Leite e para o próximo semestre pretende trazer de 4 a 6 novos estagiários.

 

Caiaffo conta que enxergar que os programas do IP poderiam trazer pessoas feridas pelo próprio sistema no qual todos estamos inseridos, o levou a propor um trabalho de escrita em que as pessoas eram convidadas a contar a própria história. Importante dizer que, embora a atividade possa trazer efeito terapêutico, não estamos falando de um processo clínico, mas de uma trajetória que tem como objetivo amparar o acesso dos participantes às atividades, posto que os entraves pessoais, como a falta de recurso financeiro, podem ser revelados durante esta escrita. Essa primeira proposta consistiu em cinco encontros ocorridos de forma online devido ao período pandêmico em 2020 e 2021.

 

2022 esta sendo o ano de reestruturação de muitas das atividades que ficaram suspensas durante a pandemia e com o programa de estágio não está sendo diferente. Conversando com os estagiários e lendo o “Entretexto”, texto produzido por eles semestralmente, como relatório do estágio, é possível compreender que neste ano o programa focou  no mapeamento e na manutenção da relação com a comunidade do entorno, reforçando  o desejo de se relacionar com o território e entendendo como o Cuidado pode gerar acolhimento para sua  comunidade. Maria Júlia, estagiária do quarto ano, me diz que a experiência a fez enxergar possibilidades de atuação da psicologia que antes eram inimagináveis para ela.

 

Luíza Ribeiro, coordenadora de comunidades e preceptora do grupo de estudantes, acrescenta que permear a psicologia em nossas relações e processos é também pensar saúde para além do espaço clínico, é pensar em saúde preventiva, é promover a saúde a partir de conversas. 

 

817 625 Editor
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