O que são os Círculos?

O Círculos LAB Procomum é um programa de formação promovido pelo Instituto Procomum desde 2017, como parte do projeto Lab Procomum, realizando ciclos de partilha de conhecimento em diferentes temas.
Em 2020, vamos trabalhar com o Círculos Memórias, Narrativas e Tecnologias Negras, convidando organizações parceiras e grupos de trabalho do LAB para um percurso nas áreas de tecnologias, comunicação, audiovisual e território.
A ideia é trabalhar, dentro de cada círculo, com diferentes abordagens e visões complementares sobre os temas em questão.

O Círculos 2020 é parte do projeto LAB Procomum: Memórias, Narrativas e Tecnologias negras da Baixada Santista que será lançado oficialmente em breve.
Trata-se de um processo de pesquisa-ação e produção de conhecimento e tecnologias antirracistas e de valorização e visibilização da cultura negra.
A pesquisa se desenvolve nos eixos metodológicos do LAB Procomum: narrativas, formação contínua, desenvolvimento de protótipos e residências artísticas.

AS ATIVIDADES SERÃO REALIZADAS DE FORMA VIRTUAL E XS INTERESSADXS PODERÃO INSCREVER-SE PREENCHENDO O FORMULÁRIO

Novembro: Círculo Imaginário e Narrativas (04 encontros)
Parcerias: Nicho 54 e GT Audiovisual
Convidados: Fernanda Lomba, Heitor Augusto e Bruna Rocha
Data: 18 e 25 de novembro e 2 e 09 de dezembro (quartas-feiras das 19:00h às 21:00h)
Local: Atividade não presencial e coordenada a distância
Seleção: Por ordem de Inscrição
Número de vagas: 30 vagas
Duração: 4 encontros com 02 horas de duração cada
Carga Horária Total: 8 horas
Inscrições: até 11/11 às 20:00

  • As conversas virtuais almejam despertar questões e perspectivas acerca do audiovisual e racialidade, classe e território, gênero delimitação dos espaços de trabalho, construção da memória e o embate com as chamadas “imagens de controle”.

  • O curso é dirigido para o público em geral, profissionais, educadores e estudantes do audiovisual, mobilizadores e interessados em repensar as narrativas audiovisuais.

  • Encontro 1 com Heitor Augusto (18/11 – 19:00 às 21:00 horas)

    O que era “negro” quando o cinema cá chega?

    O imaginário coletivo normaliza papéis sociais que foram construídos por estruturas de opressão. Não há como falar hoje do casamento entre “preto” e “imagem” sem investigar como o cinema, arte definidora do Século 20 e símbolo da modernidade, enxergou o “ser negro” no Brasil. Assim, o encontro com o curador, crítico e pesquisador Heitor Augusto propõe uma visita às imagens brancas com corpos negros no cinema brasileiro entre 1886 e 1960.

    Aterrisando no Brasil no momento em que as teorias do racismo científico estavam em processo de consolidação, de que forma o cinema naturalizou a animalização do corpo negro e a subsequente “necessidade” do embranquecimento como único caminho para a civilização? Qual a permanência nas obras do Século 21 das bases estabelecidas já no começo do cinema no Brasil?

    Encontro 2 com Aline Motta de SP (25/11 – 19:00 às 21:00 horas)

    Fotografias e fantasmas: Fabulando a História

    Habitando terrenos interseccionais da criação, Aline Motta, artista da imagem e da imagem em movimento, tem realizado obras que, frente às lacunas das histórias das pessoas negras brasileiras, propõem pontes sobre abismos e nos possibilitam fechamentos de feridas.

    No encontro, Aline irá compartilhar com o público seu conjunto de interesses como artista e refletir sobre as estratégias formais que têm adotado para falar de temas como mestiçagem e embranquecimento. Diretora de obras como Filha natural (Berlinale) e Pontes sobre abismos (Mostra “Cinema Negro: Capítulos de uma história fragmentada”), a artista tem tomado a fotografia como dispositivo para dar a ver as histórias perdidas de pessoas negra, bem como para apontar as fendas e os laços possíveis entre a diáspora e o continente africano.

    Encontro 3 com Bruna Rocha de Salvador/BA (02/12 – 19:00 às 21:00 horas)

    Traficante X “delivery de drogas”: Como a mídia utiliza raça como baliza para construir bandidos?

    Uma das protagonistas na propagação discreta da ideia de que vidas têm valores diferentes dependendo de categorias como geografia e raça, a mídia molda percepções e influencia diretamente para quais corpos nossa empatia é direcionada.

    Trabalhando com o intuito de democratizar as ferramentas reflexivas oferecidas pela Semiótica – campo de conhecimento que analisa signos e construção de sentido –, a pesquisadora Bruna Rocha propõe uma reflexão com ferramentas teórico-metodológicas para pensar a inclinação racista de expressões do senso comum – “jovem” X “bandido”, “estudante” X “desocupado”, “bandido bom é bandido morto” – e investiga como os produtos e linguagens da cultura midiática mobiliza afetos ou indiferenças sobre vidas negras e brancas, bem como mantém o imaginário sobre mulheres negras dentro dos constrangimentos do que Patricia Hill Collins denominou “imagens de controle”.

    Encontro 4 com Fernanda Lomba (09/12 – 19:00 às 21:00 horas)

    Mulheres negras, espaços de trabalho e criação: Navegando terras hostis

    O mundo do trabalho nunca foi um ambiente estranho às mulheres negras. Contudo, suas contribuições para a sociedade – particularmente a brasileira – são sistematicamente invisibilizadas e diminuídas. No audiovisual, produto e produtor de uma sociedade não é diferente.

    A partir de suas experiências como produtora executiva em obras de cinema e audiovisual – área na qual mulheres negras ainda são sub-representadas –, a produtora executiva Fernanda Lomba compartilha reflexões acerca do impacto que a intersecção entre raça e gênero – aquilo que os estadunidenses têm classificado de “misogynoir” – exerce sobre as mulheres negras que ocupam posições de liderança criativa e econômica.

Outubro: Círculo Comunicação e Memória (08 encontros)
Parcerias: Datalabe, Ike Banto
Data: 03/10 e 7/10, 10/10 e 14/10, 17/10 e 21/10, 24/10 e 28/10  (quartas-feiras das 19:00h às 21:00h) e sábados (14:00h às 16:00h)
Local: Atividade não presencial e coordenada a distância
Seleção: Por ordem de Inscrição
Número de vagas: 30 vagas
Convidados: GT Marsha, Cássia, Dani Emiliano, Janaína Damasceno, Luiz Augusto Campos, Mulheres Negras Decidem, Cultne e História Preta.
Duração: 8 encontros – 02 encontros por semana com 02 horas de duração cada
Carga Horária Total: 18 horas
Inscrições: até 29/09 às 18:00

  • A formação em Comunicação e Memória se desenvolve em parceria com a organização Datalabe e o educador e artista visual Ike Banto sendo dividida em dois momentos:

    Encontros com Ike Banto aos Sábados de Outubro
    Artes Visuais, Design, Ativismo e Memória.

    Encontros com Data Labe as Quartas de Outubro
    Apresentação acerca do papel dos dados e do jornalismo para a produção e divulgação de pesquisas e as possibilidades de construção de narrativas a partir da memória negra.

  • O curso é dirigido para educadores, pesquisadores, mobilizadores e interessados em Comunicação e memória e Artes Visuais e Design.

  • Encontro 1 – Ike Banto (03.10 – 14h às 16h)

    Cosmologia Preta e Designer, o que elas tem haver!

    Tendo como ponto de partida o continente africano e sua diversidade de povos e culturas, é possível provocar e refletir os imaginários criados e absorvidos na diáspora, na medida que navegamos em África e relacionar designer com uma cosmologia tão tolhida e pouco valorizada como a Africana?. Nosso objetivo é partir da ideia de memória cindida e/ou  apagada, refletir imaginários e narrativas necessárias na construção de um mundo mais do nosso jeito.


    Encontro 2 – Ike Banto (10.10 – 14h às 16h)

    Grafismos e Ideogramas

    A partir da escritas dos povos Akãns; Gana e Costa do Marfim, povo Tchokwe; nordeste de Angola, povos Igbó, Ekoi e Efik; Nigéria e Congo e Geʽez; Eritreia e do norte da Etiópia, propomos  pensar e refletir como e porque povos com identidades tão distintas graficamente falando são apagados nesse processo de migração forçada.


    Encontro 3 – Ike Banto (17.10 – 14h às 16h)

    Afrofuturismos

     A partir da estética idealizada pelo afrofuturismo é possível pensar novas narrativas para o designer que incorpore em si diversidades? No que essa linguagem contribui para novas narrativas de um mundo mais do nosso jeito?


    Encontro 4 – Ike Banto (24.10 – 14h às 16h)

    Design Ativista?

    O designer pode ser uma ferramenta de instrumentalização da luta política? Refletiremos aqui a partir de determinados contextos históricos o uso e a instrumentalização do designer enquanto ferramentas ideológicas.


    Encontro 1 – Datalabe (07.10 – 19h às 21h)

    Memória e Comunicação: a narrativa em disputa

    O primeiro encontro propõe uma discussão sobre o papel da memória, os processos de construção de memória e sua função para as disputas políticas e narrativas. Além disso a ideia é apresentar e discutir algumas referências no âmbito da cultura e da comunicação de processos de construção de memória do povo preto.

    Convidada: 

    //Janaína Damasceno: Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ). Atua nos programas de Pós-graduação em Educação, Cultura e Comunicação (PPGECC/ Febf/ Uerj) e no Programa de Mestrado em Cultura e Territorialidades (PPCULT/ UFF). É Doutora em Antropologia Social (2013) pela USP, Mestre em Educação (2008) e Bacharel em Filosofia (1999) pela Unicamp. Realizou o pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar, com o projeto “Uma Vida em Arquivos”, cuja temática era a formação de arquivos visuais e audiovisuais de movimentos sociais negros no Brasil, na África do Sul e nos Estados Unidos. Um dos resultados da pesquisa foi a realização do curso de extensão “Cinema Negro, Fotografia e Políticas de Representação”.

    Suas pesquisa gira em torno da relação entre educação, cinema e fotografia negros e da história das ciências sociais. Realizou a exposição Quilombos, no Espaço Unibanco de Cinema e na Universidade de São Paulo. No momento, está preparando a exposição Barroco Animado, sobre a cultura infanto juvenil na área rural de Mariana e Ouro Preto, Minas Gerais.


    Encontro 2 – Datalabe (14.10 – 19h às 21h)

    Memória no audiovisual e o afrofuturismo

    O segundo encontro propõe uma com partilha de experiências e metodologias de trabalhos de arquivo de cinema negro e as perspectivas afrofuturistas em diálogo com os processos de construção de memória.

    Convidado:

    //Cultne: Fundado em 2009, o CULTNE é o maior acervo digital de cultura negra da América Latina. O Instituto traz um valioso acervo audiovisual registrado ao longo de 40 anos dentro do universo afro imaginário. Tem como objetivo coletar, preservar e tornar acessíveis a história e a cultura negra brasileira e contribuir para que memória coletiva negra não se perca ou seja esquecida na história.

    Grandes marcos históricos relevantes para a comunidade negra no Brasil estão registrados no arquivo, como as discussões na Constituinte das cotas raciais, os bailes blacks, até os recentes protestos e manifestações culturais. Disponibiliza mais de 3.000 horas de conteúdo para ser utilizado livremente para pesquisadores, edições jornalísticas ou em qualquer atividade sem fins lucrativos. Além dos arquivos históricos, o Cultne segue documentando os marcos da cultura negra no presente para educação e memória histórica das gerações futuras.

    Clementino Junior/ Cineclube Atlântico Negro


    Encontro 3 – Datalabe (21.10 – 19h às 21h)

    O que é pesquisa: a dimensão política dos dados

    O terceiro encontro é uma discussão sobre o papel social da pesquisa, o lugar da academia na sociedade, a construção política dos dados e o histórico da luta antirracista na disputa da produção de dados e conhecimento e as metodologias de produção de dados e pesquisas a partir de demandas do ativismo

    Convidados:

    //Luiz Augusto Campos: Professor de Sociologia e Ciência Política do IESP-UERJ e Editor-chefe da DADOS, Revista de Ciências Sociais. Coordena dois grupos de pesquisa: o Observatório das Ciências Sociais (OCS) e o Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA). Pesquisa cotas raciais e identidade e ministra aulas sobre formulação de pesquisa. É um bom comunicador, consegue promover diálogos com públicos diversos.

    // Mulheres Negras Decidem: a organização atua com formação política, reposicionamento de temas na agenda pública e pesquisas centradas em dados com o foco em mulheres negras. Lançaram recentemente a pesquisa Para Onde Vamos em parceria com o Instituto Marielle Franco, com mais de 250 ativistas negras do país.


    Encontro 4 – Datalabe (28.10 – 19h às 21h)

    Jornalismo preto: experiências contemporâneas

    O último encontro apresenta algumas referências contemporâneas de jornalismo preto no Brasil e debate estratégias de engajamento, afirmação estética e de produção de conteúdo.

    Convidados:

    //História Preta: O História Preta é podcast documental que tem por objetivo trazer para superfície a memória histórica da população negra produzido pelo pesquisador Thiago André que vai trazer debates sobre estratégias de engajamento, construção de memória, afirmação estética e de produção de conteúdo

Setembro: Círculo Tecnologias Livres (05 encontros)
Convidados: Casa de Cultura Tainã, MudaLab, GT Cultura Hacker, GT Invenções e Traquitanas
Número de vagas: 20
Data: de 09/09 a 01/10, com atividades todas as quartas-feiras do mês (9, 16, 23 e 30/9) e na quinta-feira, 1/10, sempre das 18h às 21h.

Duração: 05 encontros – 01 encontro por semana com 03 horas de duração cada, Carga Horária Total: 18 horas

  • Construção de Protótipos com o Uso de Tecnologias Livres e Recursos Locais a partir de Processos Participativos

    Esta formação online apresentará um conceito ampliado das tecnologias (ancestrais, sociais e digitais) e como elas podem contribuir para a solução de desafios locais, por meio de metodologias participativas, que resultam na construção de um protótipo com o uso das novas tecnologias. Por meio da apresentação de experiências práticas, trabalharemos com os principais pilares do Movimento Maker, componentes eletrônicos de baixo custo, assim como, conceitos de mapeamento social e identificação de oportunidades e potencialidades em um território, para o desenvolvimento de projetos colaborativos que, ao utilizar diferentes conhecimentos – formais, acadêmicos e sociais – para a criação de protótipos, induz a formação de redes cidadãs que consideram e utilizam os recursos disponíveis em cada território.

  • Educadores, pesquisadores, mobilizadores e interessados em tecnologias digitais e abertas, em inovação social e no desenvolvimento de protótipos, a partir do uso das tecnologias e de recursos locais, assim como, interessados em processos participativos como forma de apropriação e utilização das tecnologias para a solução de desafios.

  • Encontro 1 – Instituto Procomum, Casa de Cultura Tainã e Mudalabe

    Quando? dia 09/09 – Que horas? das 18:00 às 21:00 horas

    Abertura

    • Nesse encontro, Instituto Procomum, Casa de Cultura Tainã e Mudalabe compartilham suas trajetórias na construção de tecnologias que tornam possível fortalecer o tecido social através de conhecimentos ancestrais e a criatividade das comunidades locais na produção de suas memórias e narrativas.
    • O que é o projeto Memórias, Narrativas e Tecnologias Negras?
    • Apresentação das organizações participantes no projeto.
      Apresentação de conteúdos a serem trabalhados: A metodologia e as ferramentas utilizadas na construção de protótipos participativos – o diálogo das tecnologias com metodologias participativas.

    Encontro 2 – Casa de Cultura Tainã

    Quando? dia 16/09 – Que horas? das 18:00 às 21:00 horas

    • O encontro será sobre tecnologias Sociais e a experiência da Casa de Cultura Tainã na criação da rede Mocambos e Baobáxia.

    Encontro 3 – Mudalab

    Quando? Dia 23/09 – Que horas? Das 18:00 às 21:00 horas

    Escutando – As diferentes tecnologias e como usá-las a nosso favor

    • As novas tecnologias para a solução de desafios locais
    • Mapeamento de territórios – a experiência do LabTec e do Mapa Colaborativo de Campos Elíseos
    • Envio de Referências: ao final do encontro, envio do vídeo MudaLab: Democratização das tecnologias, envio do link dos mapas, (link com lista de presença e perguntas.)

    Encontro 4 – Mudalab

    Quando? dia 30/09 – Que horas? das 18:00 às 21:00 horas

    Ativando – Como transformar as ideias em prática?

    • Definição de desafios e objetivos – a experiência do Projeto Materiais Pedagógicos Acessíveis e do Curso Novas Tecnologias/Aldeias Infantis
    • O que são protótipos? Desenhos, materiais e funções
    • Envio de Referências: ao final do encontro, envio do link do vídeo MudaLab: Tutoriais de Arduino, envio do link dos sites trabalhados.

    Encontro 5 – Mudalab e Fábio Miranda

    Quando? dia 01/10 – Que horas? das 18:00 às 21:00 horas

    Criando e Produzindo – Exemplos de projetos

    • A construção das tecnologias – exemplos de projetos presenciais e remoto
    • A experiência do Laboratório Periferia Sustentável – Fabio Miranda.
Pesquisar por