Entre os meses de junho e julho aconteceu a primeira temporada do Ocupa Arte no LAB, iniciativa impulsionada pelo Instituto Procomum em parceria com a Santos Brasil. Para a primeira chamada, foi proposto o tema Arte e Mudanças Climáticas, objetivando realizar projetos de arte que criassem reflexões, ações, apresentações, que apontassem soluções e reflexões sobre o tema.
Após chamada interna direcionada para pessoas que já fazem parte da nossa comunidade, Omo Alamoju foi o nome escolhido. A ativista fazia parte do grupo Afroketu, atuante no município do Guarujá, uma das áreas abrangidas pelo projeto.
Visando colocar em evidência a vivência dos pescadores da região do Parque Prainha em Vicente de Carvalho e do Parque das Montanhas, o espetáculo “A Rede que te Puxa” foi encenado por mais de 40 crianças da região que fazem parte do grupo Associação Cultural de Capoeira Roda Grande conduzido pela mestre Karina Mendonça. O percurso do projeto também contou com palestra da bióloga Jéssica Garcia e da assistente social Lutimira Paiva. Durante as falas, dentre outros tópicos, foram apresentadas para as crianças questões ambientais que levam ao esgotamento da atividade pesqueira na região. A respeito do processo, Omo diz:
O projeto previa para o encerramento a apresentação das crianças na sede do Instituto Procomum. Porém, devido aos recentes e violentos acontecimentos na cidade do Guarujá, pela segurança das crianças, entendemos que a realização da atividade online seria a melhor opção. O mini documentário com cenas colhidas durante o processo foi realizado por Juliana de Freitas (Juzão), exibido no dia 29 de setembro via youtube e pode ser acessado neste link.
“Em dois meses de projeto, eu consegui refletir sobre os 23 anos do AfroKetu. Eu acompanhei o grupo desde o início e passei por cada ensaio ou momento de dificuldade. Passamos por incêndio, batidas policiais, preconceitos provenientes do racismo estrutural, problemas relacionados ao clima e nestes dois meses revivi tudo isso. Revisitei minhas memórias. Foi prazeroso e aprendi a superar limites e desenhar soluções. Não podíamos parar. A temática e o processo foram leves porque a energia das crianças nos renova e nos faz enxergar novos caminhos. A vida é isso: aprender com as limitações e superar. Foi uma mistura de sensações e é difícil definir, mas enxergo isso e me sinto feliz e satisfeita.” Omo Alamoju
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