“Aproximações” é um projeto que nasce do desejo de ser e estar, atuar com mulheres na Bacia do Mercado, mesmo durante a pandemia. Em isolamento, repensando as noções de território, afirmo o lugar da experiência feminina de olhar-nos (a nós mesmas e umas às outras), e me proponho a criar representações a partir de encontros, conversas-retratos com as mulheres artistas que compõe, junto comigo, o grupo da Colaboradora Artes e Comunidades. Por meio de vídeo-chamadas, conversamos sobre ser retratada/observada e retratar-se/observar-se, em uma recuperação de questões relacionadas com o espelho; falamos sobre nossa experiência de olhar e ser vistas, considerando agora também os novos processos de comunicação (ou a maior constância dos encontros virtuais). Desenhos e narrativas se tornam pinturas para lamber o território. Retratos e pequenas frases são representados em papel, e colados como lambe-lambe na Bacia do Mercado. Aproximações propõe uma intervenção a partir do desejo suspenso, atuar no território de forma concreta a partir do imaginário, (re)conhecer o território pelos olhares das mulheres que desejam pertencer, conectar-se, dialogar; a arte como um meio de ‘devolver-nos’ simbolicamente ao lugar que desejamos ocupar. O diálogo com o território, com as mulheres que pertencem e atuam diretamente sobre ele se dá por meio das imagens que ocupam a rua. Durante a colagem dos lambes, estabelece-se uma relação direta com as mulheres moradoras e passantes, ampliando e reverberando o diálogo, possibilitando o encontro. A permanência (ainda que efêmera) do lambe permitirá outras relações, indiretas, afetos que ainda investigo como mensurar. Assim, aproximações parte uma espécie de mapeamento de potências do território, de ações possíveis e desejo latente na perspectiva de mulheres artistas diversas, que sonham em atuar (e atuam) na bacia do mercado. E busca aproximar-nos, experimentando diálogos entre mulheres no espaço urbano. *** Agradecimentos *** Agradeço imensamente às mulheres da Colaboradora, pela partilha, disposição, abertura. Arac Anita, Bete Nagô, Eleonora Artysenk, Soledad, Talita Vidal, vocês são incríveis! Vocês abriram espaços, geraram movimento em mim!!! Só gratidão, admiração, carinho por mulheres tão potentes! Aos parceiros de ação no território, agradeço Fê Góis por topar juntar nossos projetos na ação do lambe, me ajudando a encontrar e ‘alcançar’ as melhores paredes, e compartilhando momentos tão bonitos de escuta e acolhimento no território! Andrey Haag, agradeço o olhar sensível e disposição de sempre! Com vocês me senti confortável e segura nas ações! Gratidão! Fabrício Lopez, obrigada pela escuta, contribuições e questionamentos que tanto enriqueceram o trabalho! Agradeço ao Instituto Procomum e especialmente a coordenação do projeto, as queridas Marina Paes e Marília Guarita pelo cuidado, paciência e dedicação em todo o processo! Gratidão a todes que são parte desse grupo lindo da 2ª edição da Colaboradora Artes e Comunidades. Eu escutei, aprendi, senti, me emocionei muito com todes e com cada uma. É bonito demais ver gente que tá no mundo pra somar, cuidar, acreditar, fazer! Obrigada amiga Mariana Soares que topou ser minha ‘cobaia’ e, em sua escuta tão sensível, me ajudou a construir as conversas-retratos que dão início ao projeto! Agradeço ao Erik Morais pela escuta e parceria em todos os momentos de construção e execução do projeto!
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