Na área de Educação do IP apostamos que o movimento e a partilha nos promovem ensinamentos. O aprender fazendo, em ato. A possibilidade de nos deslocarmos e trocarmos com outras pessoas e organizações. Nessa direção, em uma semana tivemos experiências muito significativas para a Colaboradora Artes e Comunidades.
A ida ao teatro do SESC para um espetáculo com a San Ra Ankestra e outros músicos e intépretes fabulosas como Juçara Marçal, Tulipa Ruiz, Thiago França e Paulo Santos. Mas talvez o mais impressionante tenha sido presenciarmos Marshal Allen, um saxofonista de 98 anos, com uma verve inigualável, fazendo de seu instrumento também percurssivo, e incansável em 1h30 de apresentação esbanjando criatividade e maestria. Na figura dele aprendemos sentindo o poder da música.
No dia seguinte fomos ao Instituto Querô assistir o documentário que produziram no projeto Querô Comunidades, o “Raízes do Mercado”, com depoimentos de moradores da Bacia do Mercado sobre as possibilidades e desafios para o desenvolvimento local. Aprendemos debatendo sobre as formas de participação no cotidiano da comunidade.
Aprendemos convivendo a história que o território abriga e o que ele instiga num grupo de artistas.
Seguimos no dia seguinte em roda de conversa, aprofundando as análises sobre mediação cultural, trabalho comunitário, transformação política. Aprendemos friccionando as ideias, convidando nossos vizinhos para o diálogo.
Todas estas ocasiões nos trouxeram exemplos de como a ação de um sujeito impacta na do próximo. Como o que cada pessoa faz reverbera no coletivo. Como uma nota dispara uma reação ou evoca uma composição. Em cada contexto haverá perspectivas e estímulos diferentes confluindo. E isso produzirá diferentes frequências, todas elas produzidas por mais de uma pessoa. Em cada situação havia um regime de acordos estabelecendo as relações. O trabalho da orquestra no palco, que ainda que com improvisações parte de uma proposta, reúne notas, brinca com as possibilidades e absorve toda a energia do ambiente.
As vidas de moradores tão diferentes em um mesmo bairro, com suas propostas e costumes, que convivem e resistem, ainda que a revelia do projeto político em andamento.
O COMUM, em ato.
No palco, na sala de cinema, em nossa sala coletiva de trabalho, num café da manhã de um sábado, em qualquer um desses momentos faz sentido o que nos suscitou um encontro de supervisão institucional, “um acorde dissonante também é um acorde”.
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