A fim de engrossar a discussão que norteia o LAB Tempestade Baixada Santista, no dia 10 de maio, aconteceu no LAB Procomum uma Roda de Conversa que contou com a presença do geógrafo Adriano Lizieiro e da arquiteta urbanista Mônica Viana. O evento aconteceu em formato híbrido e pode ser acessado via Youtube através do link.
A inação do poder público diante das tragédias relacionadas às crises climáticas foi o ponto central das falas tanto de Adriano Lizieiro, quanto de Mônica Viana que reforçam que “Chuva não mata ninguém”. Neste ano, o portal @geopanoramas administrado por Lizieiro, ganhou uma notoriedade ainda maior com a publicação “Não é culpa da chuva” na qual demonstra que os desastres são anunciados e tornam-se tragédias após uma série de omissões que culminam em vítimas fatais. Embora estejamos tratando de um tema global, Mônica Viana, expõe os efeitos das omissões em território nacional, em especial na baixada Santista. O Brasil passou a ser um país industrial em meados da década de 1970, trata-se de uma industrialização tardia e mal remunerada que gera um contingente urbano com enorme disparidade social. Hoje 85% da população vive em cidades que cresceram sem planejamento.
“Esse modelo perverso de turismo Balneário que se associa a construção civil e a especulação imobiliária e que vigora tanto no litoral norte quanto na baixada, foi empurrando a população para as áreas que foram chamadas de sertão – áreas depois da rodovia. Temos um processo de segregação socioespacial que tira as pessoas do local de vida. “ Mônica Viana
Liziero também trouxe exemplos que demonstram que tudo é consequência de uma série de decisões que prejudicam os mais pobres e são mantidas pelos mais ricos que enriquecem dessa forma “Destruímos metade do cerrado para produzir soja para porcos na China sendo que metade da população não tem dinheiro para consumir essa carne.”
Durante o mês de março, o litoral de São Paulo recebeu fortes chuvas, fazendo com que em apenas 3 dias, mais de 60 pessoas perdessem a vida e outras desaparecessem somente em São Sebastião. Este é apenas um exemplo de algo que já sabemos que ocorre todos os anos. As fortes chuvas são um perigo para a vida das pessoas da nossa região.
Ontem (14/05) encerramos as inscrições para o LAB Tempestade Baixada Santista – Em defesa da vida e da dignidade. Neste momento as inscrições estão sendo analisadas para que nos dias 19 e 20 de maio aconteça a imersão com os selecionados que culminará, no dia 17 de junho, na apresentação dos protótipos. No link é possível saber mais a respeito do processo e da metodologia. Vale ressaltar que LAB Tempestade está em sua segunda edição, a primeira aconteceu em Olinda e foi uma parceria entre IP e Casa Criatura. A iniciativa tem apoio da Global Innovation Gathering -GIG.
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