O #LABICAR selecionou 10 projetos de inovação cidadã via chamada pública para serem prototipados em 15 dias, entre 10 e 21 de outubro em Rosário, Argentina. No total, foram recebidos mais de 200 projetos de países da América Latina, Espanha e Portugal.
Cada projeto contará com 9 colaboradores que também são selecionados via chamada pública. A inscrição está aberta até o dia 24 de junho e é gratuita. A organização oferece os custos de alimentação e hospedagem para os apoiadores selecionados.
Um dos projetos selecionados foi o Impressão em 3d de modelos para aprendizado científico, de Renato Frosch, que é destinado para crianças com deficiência visual. A ideia é aproximar a informação e conhecimento por meio de objetos impressos em 3d.
Como essas crianças com deficiência visual não podem acessar as informações de imagens via internet e outros meios, a ideia é criar modelos a escala de objetos de utilidade educativa. As possibilidades são muitas, por exemplo: reproduções da anatomia humana (órgãos, músculos, ossos), reprodução de peças artísticas (esculturas e outras obras) e reproduções biológicas (animais e plantas).
E por fim, aplicar o projeto em escolas, colégios, associações de apoio a crianças com deficiência, centros culturais e etc.
Cultura maker e aprendizado
Renato Frosch é professor (da Uni São Judas) do Centro Universitário São judas, atua em curso de pedagogia e tem estudado as relações de aprendizagem e as relações de pedagogia em sala de aula. ” Venho investigando como proporcionar materiais e processos que de alguma forma possam mudar algumas tradições da educação” , explicou.
Para isso, passou a trabalhar com a cultura maker, que é o tema de seu doutorado desenvolvido na UNISANTOS que relaciona aprendizagens, políticas públicas de cultura maker.
Ao cruzar esses conhecimentos ele percebeu a oportunidade de falar e abordar a questão dos materiais pedagógicos, realizando algumas peças, brinquedos e experimentações.
A criação do projeto para o #LABICAR está relacionada com os projetos que já vinha realizando, mas a ideia é focar a criação em materiais para crianças, e não apenas materiais científicos para adultos. Para ele, é justamente isso o que vai deixar o projeto mais interessante.
“Já estou pensando na criação de mapas e peças artísticas. O legal vai ser criar tudo isso com colaboradores de diferentes áreas, queremos multidisplinaridade, desde makers, pessoas da área de saúde, mas fundamentalmente da rede local. Rosário é uma cidade com 1 milhão e 300 mil habitantes e quero entender e aprofundar a relação do projeto com a comunidade”, conta.
Renato Frosch também lembra que o projeto é fundamentalmente open desk. E também ressalta que o papel dos colaboradores pode tomar uma proporção ainda maior, de construção e ampliação desse material.
Ele vislumbra, com a popularização das impressoras 3d, que o acesso a esse tipo de material possa tornar-se cada dia mais fácil. ” Que todo esse material possa ser impresso em casa ou em um (Fablab) espaço maker. Que tudo seja aberto e (e) que mais pessoas possam ampliar a quantidade de modelos contra patentes, em creative commons, com possibilidade de ampliar-se cada vez mais”, disse.
Financiamento coletivo
Renato Frosch também lançou uma campanha financiamento coletivo para a compra de impressoras 3d que vão ser doados para um espaço na Argentina e outro no Brasil. Clique aqui para apoiar.