por Gigi Louise
O Laboratório de Cuidados inicialmente foi pensado pela Marília Guarita e pela Marina Pereira, da equipe do Instituto Procomum, e por elas terem também sido contempladas por um edital iniciou-se nossa conversa.
Foi então que elas me chamaram para contribuir com um tipo de assessoria devido à minha experiência na Psicologia, saúde mental e terapias integrativas. Já havia previamente uma afinidade de ideias percebida em outras atividades que realizamos junto, especialmente no curso de “Introdução às Práticas de Meditação”, do qual a Marília fez parte e foi realizado sob minha responsabilidade nas dependências e com o apoio da equipe do IP.
Inicialmente traçamos algumas ideias e pensamos em atividades, terapias e vivências que pudessem ser interessantes em se oferecer para pessoas ativistas que precisassem de cuidados. Foram elas: Meditação, Arteterapia, Aromaterapia, Massagem, Alimentação Consciente, Rodas de conversa e outras.
A próxima etapa foi realizar um mapeamento de uma rede de pessoas interessadas em contribuir, oferecer cuidados e trocar experiências. Assim, foram realizadas algumas chamadas e reuniões onde conseguimos articular algumas pessoas para contribuir e pensar em ações possíveis.
Entre o mapeamento, construção das propostas de atividades e o próprio início das atividades houve o processo eleitoral que afetou muitas das pessoas envolvidas, algumas tendo menor disponibilidade de manter as atividades propostas pela dificuldade de enfrentar o difícil momento que estávamos vivendo.
Foi necessário acolher este momento, mas também foi possível perceber mais ainda como nós ativistas precisamos nos cuidar e nos fortalecer para enfrentar momentos como aquele e como os que estão por vir devido à eleição do novo presidente. É preciso nos conscientizar que ficarmos doentes não ajudará em nada na resistência e na luta contra as opressões.
Mesmo com todas as dificuldades houve momentos potentes e de grande aprendizado. Depois de alguns ajustes conseguimos oferecer atendimentos individuais de Massoterapia, Auriculoterapia e atividades em grupo de Arteterapia, Meditação e Alimentação Consciente.
Percebemos que as atividades em que a própria pessoa precisava se implicar no processo como a Arteterapia e a Roda de Conversa Terapêutica houve menor procura, o que é natural e exigiria maior tempo de divulgação e que esta fosse mais específica para atrair as pessoas e desmistificar alguns conceitos enraizados.
A oficina de Alimentação Consciente foi muito interessante e me fez pensar como cozinhar é um espaço potente de reflexão, trocas, ajuda mútua e até mesmo de autoconhecimento quando as pessoas estão no propósito de se autoobservar não só no que elas comem e em como isso pode afetá-las, mas em como elas utilizam dos recursos naturais, como desperdiçamos comida, como consumimos muita coisa industrializada, pasteurizada e prejudicial para nós mesmas e para a Natureza.
Avalio que começamos com muitas ideias onde apenas algumas foram concretizadas fomos até mesmo um pouco idealistas demais, mas nada foi perdido, as ideias são interessantes e foi possível aprender com o projeto para melhorarmos numa próxima oportunidade e até mesmo ampliar e fortificar o Laboratório. Espero poder contribuir em próximas etapas caso haja a continuidade. Precisaremos!
Tempos difíceis nos aguardam e mais do que nunca precisamos estar atentxs, fortes e saudáveis para resistir.
A Saúde é subversiva! Seguimos!