Uma tarde para celebrar a economia criativa de quem põe a mão na massa. Uma tarde para mostrar que, apesar de todas as dificuldades, a criatividade e a inovação moram nas periferias. Uma tarde para afirmar que nos pequenos sonhos se realizam as grandes transformações. Uma tarde da #baixadaquefaz.
O encerramento da Colaboradora – Empreender e Transformar marcou o fim do processo de mentoria e desenvolvimento de 12 meses dos empreendedores criativos de impacto social selecionados por chamada pública.
Na ocasião, 18 participantes apresentaram seus projetos para o público e o júri especializado. Tratou-se de um pitch de negócios diferenciado. Isso porque a ideia não era gerar uma competição ou rivalidade e sim estimular a continuidade e sustentabilidade dos empreendimentos criativos. Afinal, essa é a razão de existir do projeto. O encontro foi marcado por um clima de companheirismo e torcida com depoimentos emocionantes e reações entusiasmados do público e colaboradores.
O júri do nosso pitch de negócios, carinhosamente apelidado de “dream team do feedback”, foi composto por Adriana Barbosa (Instituto Feira Preta), Barbara Trugillo (coordenadora da área de formação d SP Cine), Jamir Lopes (gestor, produtor cultural e Coordenador de Eventos Especiais da Prefeitura de Santos) e Niva Silva (Anima Lab/ Universidade São Judas).
Vale lembrar que a atividade foi realizada no último final de semana antes do decreto das autoridades locais para prevenção à pandemia do Covid-19. O Instituto Procomum entende que os empreendedores criativos enfrentarão muitas dificuldades e desafios durante os próximos meses e está realizando um trabalho de escuta e acompanhamento com os participantes do projeto.
Georgia Nicolau, diretora do IP, entende que o encerramento do projeto nessa data foi simbólico. ” A Colaboradora foi criada para afirmar que é possível criar e existir para além das lógicas do estado e do mercado. Esse grupo prova que é possível criar a partir de outras lógicas e que empreendedorismo e impacto social podem caminhar juntos. Se existe uma economia que precisa ser salva depois da crise, é dessa que estamos falando”, comentou Georgia Nicolau.
Potência, conexões futuras e transformação da realidade
Depois da rodada de apresentação. Conversamos com o nosso júri para saber qual a impressão do desenvolvimento e continuidade dos projetos.
Para Adriana Barbosa, do Instituto Feira Preta, o grupo é muito potente e consciente. “Eles possuem um discurso político muito forte e conseguem construir projetos de impacto para além do individual. É impacto social e territorial. É muita potência”, disse Adriana, referência em empreendedorismo no Brasil.
A Coordenadora da Área de Formação da SP Cine comentou que celebra cada vez mais a potência da juventude e das pessoas que ainda estão resistindo em empreender e trazer seus sonhos e projetos de vida para o mundo. “Isso é maravilhoso e certamente o caminho é esse. Vejo o mesmo processo em São Paulo e muitas conexões possíveis. Em particular os projetos da Colaboradora são importantes pelo reconhecimento do seu território. De pensar primeiro no micro. De fortalecer primeiro a região e depois pensar outras camadas. Reconhecendo isso, existe grande possibilidade de expansão”, comentou.
” Desde o início pensamos que o grande desafio do júri não era o da competição, do vencedor ou de dar notas. É maravilhoso saber que existem espaços que olham e celebram, que busquem a troca e a conversa de uma maneira mais horizontal que a competição. Não é exatamente o que o mercada e a indústria fazem, mas quando existem iniciativas como a Colaboradora e o Procomum podemos mostrar que esse é um caminho possível”, concluiu Barbara Trugillo.
Para Jamir Lopes, gestor, produtor cultural e Secretário de Eventos Especiais da Prefeitura de Santos, os trabalhos apresentados mostram que as iniciativas periféricas são as mais inovadoras e transformadoras da realidade. “Esse deve ser o nosso foco. Tanto as empresas como o setor público. Precisamos reforçar a atenção às parcerias e atenção ao orçamento para viabilizar essas ações. E não somente para levar ações até a periferia, mas reconhecer as já existentes. É algo que já acredito e vi hoje aqui”, firmou.
Segunda edição está com inscrições abertas
O projeto Colaboradora – Empreender e Transformar, do Instituto Procomum, abre chamada pública para empreendedores e empreendedoras que liderem negócios ou iniciativas de economia criativa com impacto social na Baixada Santista para a segunda edição do projeto que acontecerá em 2020.
As inscrições podem ser feitas do dia 16 de março a 12 de abril no site colaboradora.procomum.org e o processo é aberto para residentes da Baixada Santista, sem limite de idade. A única restrição é que as iniciativas já estejam em andamento – não é necessário que o negócio esteja formalizado, mas já deve ter saído do papel.
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