Saúde, Tecnologia e Cuidados: Uma relação atemporal; uma série de conversas online e em portunhol sobre a relação e conexão dos saberes ancestrais e o avanço da tecnologia na saúde
A primeira conversa da série Saúde, Tecnologia e Cuidados: Uma relação atemporal acontecerá será nesta sexta-feira, dia 29 de maio, às 11h, no YouTube do Instituto Procomum. A iniciativa surgiu a partir dodo encontro entre o Instituto Procomum, em Santos-SP, e a Casa Criatura, em Olinda-PE, dois espaços de inovação social e tecnologias livres que juntas fazem parte do projeto internacional Careables – uma plataforma de inovação e colaboração que permite aos cidadãos projetar e fornecer produtos de saúde centrados nas pessoas.
Vale lembrar que ambas organizações também fazem parte do Global Innovation Gathering, uma rede de espaços de inovação com atuação no sul global. A série também é o início de um processo realizado junto com a Silo – Arte e Latitude Rural de construções de soluções abertas e cidadãs para a Covid-19.
Soluções e saberes atemporais
Os três encontros das conversas jogam com os tempos verbais da língua portuguesa, entendendo que saúde, cuidado e tecnologia são relações atemporais e as soluções para problemas complexos, como a atual pandemia do novo coronavírus, estão no passado, presente, futuro e outros tempos verbais.
A primeira conversa será nesta sexta-feira, dia 29 de maio, as 11h no YouTube do Instituto Procomum.
O primeiro encontro Tempo verbal 1: O pretérito mais-que-perifeito terá participação de Luciana Oliveira, dentista, homeopata, especialista em saúde pública e pesquisadora de plantas medicinais; Bianca Santana, escritora, pesquisadora e colaboradora da Uneafro e Coalizão Negra por Direitos; e Liliana Pechene, liderença Misak e ativista dos povos originários da Colômbia.
As outras duas conversas abordam outros tempos verbais, mas também buscam indicativos para os mesmos problemas. No segundo encontro, Tempo verbal 2: O futuro do pretérito, Rhal Ferreira, do Coletivo 3D, Cinthia Mendonça, diretora do SIlo – Arte e Latitude Rural e Offray Vladimir Luna Cárdenas, HackBo (Bogotá, Colômbia) vão debater a relação entre cuidado e tecnologia, abordando como a cultura hacker e maker, os novos sistemas de informações, podem estabelecer nossas relações a partir da pandemia.
O terceiro e último encontro, Tempo verbal 3: Presente do subjuntivo, abordará o que é necessário cuidar, esquecer e aprender para que as nossas ações do presente possam ser projetadas no futuro. Os nomes serão confirmados em breve.
Todas as conversas serão mediadas por Georgia Nicolau, diretora do Instituto Procomuim, e Ricardo Ruiz, pesquisador do Núcleo de Infraestrutura Produtiva e Logística para o Desenvolvimento Local Sustentável (Universidade de Pernambuco).
Para mais detalhes da série de conversas,programação completa e biografia dos participantes, leia o texto de divulgação da série de conversas:
Saúde, cuidado y tecnología: una relación atemporal
Uma série de debates online em Portuñol
bit.ly/saude-cuidado-e-tecnologia
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EN – English Below
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Um debate urgente
Essa série de conversas surgiu do encontro entre o Instituto Procomum, em Santos, e a Casa Criatura, em Olinda, dois espaços de inovação social e tecnologias livres que juntas fazem parte do projeto internacional Careables, uma plataforma de inovação e colaboração que permite aos cidadãos projetar e fornecer produtos de saúde centrados nas pessoas. Careables, Procomum e Casa Criatura fazem parte da rede Global Innovation Gathering, uma rede de espaços de inovação com fogo no sul global. A série também é o início de um processo realizado junto com a Silo – Arte e Latitude Rural de construções de soluçõs abertas e cidadãs para a Covid-19.
“o cuidado de si não se trata apenas da construção de uma subjetividade centrada na adesão livre a um estilo que quer dar à sua própria existência, mas, sobretudo, por voltar-se à construção de sujeitos coletivos libertos dos processos de subjugação e subalternização”. O cuidado de si se realiza para esses sujeitos no cuidado do outro, cuja libertação é a estética de suas existências.”
Sueli Carneiro
“Os cuidados transitam em outro tipo de abundâncias invisíveis. Eles têm a ver com todas as práticas que levam à reparação ou à manutenção da vida. Possuem relação com o que há de mais simples e comum: dar comida, fornecer aconchego, produzir bem-estar, manter a conversa, ouvir o incabível ou inusitado, oferecer esmero, sentir o futuro, experimentar com os outros, fazer coisas juntos, desfrutar as nuances, acompanhar processos e criar espaços seguros”
Antonio Lafuente
Em nossas ancestrais aglomerações, o cuidado foi o amálgama das esferas da saúde e do convívio coletivo. Esse mesmo cuidado foi, sempre, acompanhado de um suporte tecnológico, da transformação das plantas em alimentos saudáveis e de cura às construções linguísticas mantenedoras de um tecido social.
O avanço em simbiose da medicina e da tecnologia cada vez mais transformou nossa saúde – e o seu cuidado – em algo que não nos cabia. Cabia ao especialista nas técnicas. Não necessariamente nas técnicas do cuidado, mas nas do aparato tecnocrático que desenvolveu mercado, investimentos e, até, curas.
A pandemia trouxe de volta uma visão para a saúde como dependente do cuidado pessoal e, ao mesmo tempo, comunitário. Do cuidado mútuo. Da reciprocidade e da solidariedade como elementos fundamentais sobre saúde e doença. Do uso de métodos tradicionais de tratamento imunológico à produção colaborativa de equipamentos de proteção individual para profissionais do setor de saúde, passando por coletivos de atenção básica comunitária à paradigmas de narrativas futuristas latinas, quais os caminhos que a catarse pandêmica nos apresenta? Quais os destinos possíveis em um planeta social pós pandemia, nas esferas sociais, econômicas e ambientais? E quais os nossos desejos, hoje, que guiam este futuro quase distópico?
Queremos aprender e desenvolver a partir da experiência das respostas à pandemia que conectou agentes dos setores público, privado e da sociedade civil. Queremos explorar os tempos e suas ações relacionadas, e conjugar o pretérito, o presente e o futuro, em um espaço de convívio digitalizado.
Tempo verbal 1: O pretérito mais-que-perfeito
29 de maio, 11am UTC -3
O pretérito mais-que-perfeito do indicativo é usado para apresentar uma ação que ocorreu antes de outra ação passada. Pode demonstrar também um acontecimento situado de forma incerta no passado.
Neste encontro com três mulheres sábias, vamos nos perguntar. O que ainda sabemos? O que sabemos que sabemos e o que esquecemos que sabemos? O que ainda podemos aprender? Quais as tecnologias pretéritas estão nos salvando ou pelo menos impedindo que a tragédia seja ainda maior?
A flexionar o verbo:
Luciana Oliveira
Tem 48 anos, é mulher negra, mãe, dentista, homeopata, especialista em saúde pública e pesquisadora de plantas medicinais. é integrante do GT Plantas Medicinais no Lab Procomum e compões o projeto Careables América Latina.
Bianca Santana
Doutora em ciência da informação, autora de “Quando me descobri negra” (Sesi Editora, 2015) e organizadora de coletâneas sobre gênero e raça. Atualmente, está escrevendo uma biografia sobre a filósofa, escritora e ativista Sueli Carneiro. Pela UNEafro Brasil, tem contribuído com a articulação da Coalizão Negra por Direitos e também realiza o projeto Agentes Populares de Saúde. é Conselheira do Instituto Procomum.
Liliana Pechene
Es una mujer indígena del Pueblo Misak del Cauca – Suroccidente de Colombia. Exgobernadora, lideranza y activista de los derechos de los pueblos indígenas en Colombia y el mundo. Ha trabajado Con pueblos del Sudeste Asiático, norte europeo y latinoamericano. Su lucha se destaca por la defensa territorial y cultural, por fortalecer las identidades como parte de la resistencia ante la homogeneización y globalización territorial, política, económica y cultural. Por estos trabajos ha sido galardonada por varios reconocimientos a nivel nacional e internacional como: Meet Our Featured Rural Women Activists National Democratic Institute; Mejores lider de Colombia en el 2018 y premio Internacional Elionor Ostrom en 2019.
Tempo verbal 2: O futuro do pretérito
5 de junho, 11 am UTC -3
O futuro do pretérito do indicativo se refere a um fato que poderia ter acontecido posteriormente a uma situação passada. É utilizado para indicar uma ação que é consequente de outra, encontrando-se condicionada. Expressa também incerteza, surpresa e indignação.
Laboratórios de impressão digital e produção compartilhada – os “maker labs” da indústria 4.0 – de diferentes partes do continente conseguiram produzir e abastecer centros de saúde em suas regiões. Além disso, dezenas de sistemas de informação foram criados e compartilhados por hackers e ativistas locais. Quanto de cuidado tem na tecnologia e quanto de tecnologia exige cuidado? Como isso se dará daqui pra frente?
A flexionar o verbo:
Rhal Ferreira
Homossexual se desconstruindo e se descobrindo como não binário. Casado há 4 anos com Rafael Oliveira e residindo com um mesmo há 5 anos. Ligado às questões de gênero e sexualidade desde a graduação quando participou do Gevive (Grupo de extensão e pesquisa em gênero e sexualidade), um grupo de gênero e sexualidade com uma proposta vivencial. Atuando com intervenções feitas no ambiente interno e externo da universidade. Realizando pesquisas sobre bullying homofóbico nas escolas da região metropolitana do Recife. Participando na escrita de artigos científicos acerca das questões de gênero e sexualidade aplicados ao contexto atual da nossa sociedade. Atuante agora em um laboratório de fabricação digital o Coletivo 3d, em Olinda, PE – Brasil, na função de sócio e psicomaker ( união da psicologia ao universo maker).
Cinthia Mendonça
Cinthia Mendonça é diretora da Silo – arte e latitude rural, uma ação que oferece residências artísticas e laboratórios de pesquisa, sendo um espaço de arte, ciência e tecnologia.. É artista da performance e pesquisadora, graduada em direção teatral na UFRJ e mestra em Artes Visuais pela mesma instituição. Atualmente cursa o doutorado em Práticas Artísticas Contemporâneas na UERJ. Possui experiência em trabalho transdisciplinar junto a comunidades rurais. É mentora do Laboratório de Innovación Ciudadana produzido pela SEGIB. Durante cinco anos foi gestora/fundadora da Nuvem – Estação Rural de Arte e Tecnologia, projeto que obteve patrocínios através das leis de incentivo à cultura.
Offray Vladimir Luna Cárdenas
Un aprendiz, docente, investigador y consultor. Usuario de software libre desde 1996. Se ha desempeñado como docente de tiempo completo de la Universidad Javeriana y catedrático de las Universidad Autónoma de Colombia (Maestría en Didáctica de las Ciencias), Universidad de Caldas (Maestría en Diseño y Creación) y tutor y jurado de tesis de pregrado y postgrado. Miembro fundador de HackBo, un hackerspace en Bogotá. – https://twitter.com/offrayLC/
Tempo verbal 3: Presente do subjuntivo
12 de junho, 11 am UTC -3
O presente do subjuntivo pode indicar uma ação presente ou futura. É usado para indicar desejos, hipóteses e suposições.
Como chegamos até aqui e o que isso tem a ver com (des)cuidar, esquecer e com (des)aprender? Quais os verbos que precisaremos conjugar para projetar, a partir do presente, a vida? O que precisaremos (des)cuidar, lembrar e desaprender?
A conjugar os verbos:
nomes a confirmar
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Moderação por
Georgia Nicolau é co-fundadora e diretora do Instituto Procomum, organização cuja missão é construir, proteger e fomentar bens comuns
Ricardo Ruiz
Graduado em Comunicação Social, mestre em Gestão do Desenvolvimento Sustentável Local pela Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco da Universidade de Pernambuco. É pesquisador do Núcleo de Infraestrutura Produtiva e Logística para o Desenvolvimento Local Sustentável (Universidade de Pernambuco). Ele atua no conselho de supervisão da Global Innovation Gathering (Alemanha) e co-coordena o programa Careables na América Latina.
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