solidão de mar

 

em três meses o brasil se tornou uma caranguejola. a imagem não é a do crustáceo que decide andar de lado com inteligência para se defender, olhamos para coisas sobrepostas desordenadamente, pouco confiáveis, cheias de preguiça e sem nenhum recheio. a traquitana poderia se chamar “bolsonaro” e o país virou números engavetados. cloroquina poderia ser água, tubaína é molotov?!

 

a paisagem que miramos é dura, não inunda os nossos olhos com águas claras. por sorte existem em nós o coração e as memórias. contam por aí uma história sobre a deusa ter criado o ritmo do coração inspirada no balanço das águas do mar e que ela deu as cores dos olhos de quem amamos para as memórias, que exalam cheiros de um pôr do sol na praia, da paquera no cinema e o primeiro beijo, do baião feito para o aniversário da larissa, de um amor feito bem gostosinho ou da estrada correndo através da janela do carro. a memória tem cor de saudade, o mar também, e dizem que se mergulharmos ficamos mais perto umas das outras.

“saudades do mar, história.”

1920 1080 Editor
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