Aqui no Instituto Procomum, nós trabalhamos em rede. E quando falamos em rede e colaboração, ela apresenta diferentes camadas.
Somos uma rede de pessoas – nossa equipe profissional, membros dos grupos de trabalho do LAB Procomum (coletivos interdisciplinares que realizam ações e ativam a programação do nosso laboratório cidadão), participantes e ex-participantes da Colaboradora (nossa escola aberta e colaborativa), agentes criativos, coletivos da região, frequentadores, usuários e colaboradores no geral. Pessoas que já realizaram ou realizam ações em nossos projetos ou dentro do LAB Procomum.
Mas a nossa rede também é composta por outras organizações nacionais e internacionais: Como a Secretaria General Ibero-Americana de Inovacion Ciudadana, que realizamos laboratórios de inovação cidadã na América Latina; O Zaragoza Activa, VIC, Santa Lab, Medialab Prado, que compartilhamos aprendizados e metodologias; o GIG, que uma busca uma nova visão para a cooperação global baseada na igualdade, abertura e compartilhamento; parcerias com universidades, como o AnimaLab da São Judas, e a Unifesp; e com a Rede de Filantropia e Justiça Social.
Cada parceria tem uma característica, mas são elas que expandem a nossa atuação e multiplicam o impacto das nossas ações. É a nossa maneira de conseguir atingir outros territórios, de expandir nossos saberes, trocar metodologias e executar projetos interdisciplinares e diversos.
Para consolidar esse modelo de parceria e gestão de projetos, o Instituto Procomum criou a Gerência de Expansão e Impacto – mais uma ação fruto das ações de desenvolvimento institucional da organização.
O primeiro projeto a ser realizado dentro desse eixo estratégico é o C.Care, um projeto de ativação de uma rede de economia do cuidado em toda América Latina, com ações previstas na Colômbia e Uruguai.
Levar nossa essência para o mundo
Segundo Lia Lopes, a nova gerente da área de Expansão e Impacto do Instituto Procomum um dos principais objetivos é preservar a missão e a essência do que somos como organização e rede para o mundo – como se fosse falar ao megafone ou atirar uma pedrinha no lago e ver as ondas multiplicando-se. “O nosso eixo estratégico é o Fazer Juntas. Uma área de expansão que leva para fora e mais pessoas o que fazemos aqui dentro. O desafio de levar os comuneiros – e o jeito de fazer do IP – para além das fronteiras territoriais e culturais”, concluí Lia Lopes.
O Instituto Procomum trabalha com o código aberto. Ou seja, queremos que nossos projetos, ações e metodologias sejam replicadas em outros territórios e por outras pessoas e organizações. E Lia Lopes lembra da responsabilidade disso. “Também cabe a nossa área entender como vamos multiplicar as metodologias do IP. Uma área para organizar como e para quem vamos abrir os nossos códigos”, comentou.
Ela acredita que o seu papel como gerente é o do potencializar, contribuir e fazer com que outros contatos floresçam, mas também trazer o olhar e o jeito de fazer do Instituto Procomum nessas parcerias – o que sempre realizou ao longo da sua jornada na formação e ativismo.
Lia Lopes, nova gerente da Área de Expansão e Impacto iniciou sua jornada dentro do ativismo com apenas 16 anos. Ela saiu de Iguapé, litoral de SP, e foi morar em São Paulo, onde começou a estudar nos concursos do Educafro (que conheceu enquanto vendia doces com sua mãe em um ponto de ônibus no centro de São Paulo).
Ela conseguiu uma bolsa de 100% na universidade de São Francisco no curso de Direito, onde se especializou em Direitos Humanos.
Trabalhou como voluntária no Educafro por anos, e se juntou a movimentos feministas e de jovens negros – uma das contrapartidas ao movimento por ter conseguido a bolsa universitária – até tornar-se coordenadora dentro da organização, sendo a primeira mulher a assumir um cargo de coordenação. Ela explica que nunca assumiu cargos de protagonismo por ser uma mulher de pele clara e respeitava essa decisão do movimento.
Também trabalhou acompanhando o mapa da violência dos crimes de maio de 2006, fazendo relatórios in loco das vítimas da violência policial. Quando começou a entender que as questões pautadas pelo Educafro – de acesso a universidade e igualdade racial – também tinham relação com a violência policial.
Também estudou economia, especializando em economia ambiental. E gestão pública, quando entendeu que as ações comunitárias podem virar ações públicas. Participou também do Círculos de Juventude Negras, Rede América Latina de Direitos Reprodutivos e Sexuais, 10º Encontro Feminismo Caribenho, ONU Mulheres e Cenários da Sociedade Civil 2023.
A Soledad Maria, ou Sol, é cearense radicada em São Paulo há sete anos e recém aconchegada em Santos. Mulher nordestina, feminista autônoma, artista, produtora cultural e pesquisadora das comunidades e movimentos culturais, militantes e afetivos protagonizados pelas mulheres latino-americanas.
Por aqui, a Sol assumiu a Coordenação de Expansão e Impacto, que tem como foco somar esforços a uma campanha latino-americana sobre economia do cuidado.
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