O Instituto Procomum, desde o surgimento, realiza laboratórios cidadãos a fim de prototipar soluções que emergem da sociedade. Neste ano, já realizamos 3 deles: LA Cuida, LAB Tempestade Olinda e o último LAB Tempestade Baixada Santista que neste final de semana apresentou os 4 protótipos realizados pelos grupos selecionados.
O evento contou com a participação de mais de 60 pessoas, dentre elas participantes, ouvintes e alguns parceiros como Lívia Maria do Fundo Agbara, Ana Patrícia do FunBea, o ativista e parceiro do IP Geraldo Varjabedian, o grupo ATHIS Baixada Santista e o geólogo Marcos Bandini. Todos fizeram contribuições posto que prototipar tem em sua etimologia uma ideia inicial a ser trabalhada.
Vitinho, Gerente de Inovação do Instituto Procomum, abriu o evento propondo que o laboratório seja apenas um ponto de partida sugerindo que as pessoas mantenham um relacionamento duradouro com o LAB. “Aqui no Procomum entendemos como um bom protótipo aqueles que formam comunidades. Acreditamos no Comum e nos códigos abertos”.
Para cada grupo foram destinados 15 minutos de conversa e 10 minutos de reações. O primeiro grupo a se apresentar foi o “Vigilante Temporal”, o grupo contou que para a realização do protótipo fizeram visitas ao morro do Pacheco assim como trocaram ideias com líderes comunitários locais a fim de compreender as necessidades locais. O grupo construiu um dispositivo que alerta em caso de risco de desabamento. Ana Clara, uma das integrantes, mencionou que graças ao lab pode aprender, evoluir e colocar em prática algo que sempre quis.
Lucas deu início a apresentação do segundo protótipo cujo nome é Calha Flora, um dispositivo de escoamento, filtragem e reaproveitamento de água proveniente das chuvas. Seu mecanismo reduz a força das enxurradas e pode ser aplicado em diversos espaços. Aliados ao dispositivo, o grupo desenvolveu um manual que concentra a força de ideia de que as respostas para algumas das mazelas da natureza estão na própria natureza.
Escuta-Clima foi o terceiro protótipo apresentado, neste caso o grupo reuniu moradores do Rádio Clube, bairro localizado na Zona Noroeste de Santos e realizou um mini documentário registrando as conversas que teve com esta comunidade a fim de ouvir as aflições relacionadas a catástrofes ambientais que atingem a região pois sabem que boa parte das decisões que são tomadas beneficiam apenas uma parcela ínfima da população em detrimento de tantas outras vidas afetadas.
Colocando a arte como instrumento de provocação, Mangue-lambe usou a temáticas dos manguezais tão presente na região da Baixada Santista para dialogar e principalmente retirar da população a culpa pela degradação do meio ambiente. A fotógrafa Marocas, uma das integrantes do grupo, menciona que as pessoas não estão em áreas de risco por escolha, elas são “empurradas” para estas áreas por um sistemas que não oferece outras alternativas de moradia.
Fernanda Câmara acompanha as atividades do Instituto Procomum desde o surgimento, é uma das guardiãs da Sala Hacker, local onde é possível, entre outras coisas, realizar experimentos 3D em prol de projetos como os construídos no LAB Tempestade. Se intitula, entre outras coisas, como maker e reforça que o LAB e seu conhecimento estão à disposição para o experimento e evolução.
Para fechar, o evento contou com a apresentação do artista indígena Wescritor que em suas letras fala de ancestralidades e da importância da presença indígena em nossas pautas. A também indígena Dj Helokit acompanhou o rapper dando o ritmo que encerrou o evento.
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