Estou com sorte 😉

Aconteceu o Seminário de Filantropia Raíz

No dia 21 de setembro, aconteceu o Seminário da Filantropia Raíz aqui no Instituto Procomum. O evento foi a nossa contribuição para o “Mês da Filantropia que Transforma” um movimento promovido pela Rede Comuá dedicado a debater, visibilizar e fomentar as práticas da Filantropia Comunitária e de Justiça Socioambiental e  demonstrar sua contribuição para a transformação social, acesso a direitos e fortalecimento da sociedade civil e da democracia.

Ver página do seminário

A Rede Comuá é um espaço que reúne 16 instituições que se dividem entre fundos temáticos, fundações comunitárias e organizações doadoras (grantmakers) independentes, que mobilizam recursos de fontes diversificadas para apoiar grupos, coletivos, movimentos e organizações da sociedade civil que atuam nos campos da justiça socioambiental, direitos humanos e desenvolvimento comunitário. 

Discutir o papel da filantropia como instrumento de transformação e de redução das desigualdades quando praticada pelas comunidades foi o objetivo do “Seminário Filantropia Raiz: A Força das Comunidades Que Fazem”. O evento teve início com oficina de maculelê promovida pelo grupo AfroKetu e prosseguiu com as mesas. Durante todo o evento, foi possível conferir a feira colaborativa realizada pelas expositoras Luciana da Cruz, Luciana Ledezma, Jane Helena, Sandra Helena, os escritores Panda e Julie Lua, o Coletivo Donnas da Rua e a marca Pano da Terra.

“A Rede está promovendo junto com as organizações membros e parceiros, o Mês da Filantropia que Transforma. É um mês que várias organizações estão promovendo eventos para promover espaço para fomentar debates, discussões e dar visualização às práticas de filantropia comunitária e de justiça sócioambiental. O ecossistema filantrópico brasileiro tem uma folga de eventos no mês de setembro, então o mês é dedicado à filantropia socioambiental para conseguir que mais recursos sejam destinados a essas filantropias” Mônica Ribeiro –  Rede Comuá

O evento encheu o nosso Galpão Multiuso de trocas e reflexões propulsionadas pelos temas que nortearam as mesas: “Quais entendimentos existentes sobre filantropia? O que entendemos por uma filantropia realizada pelos territórios e suas comunidades?”“Filantropia, território e bem viver – Como a filantropia feita no território produz bem viver? Que entendimentos de filantropia emergem  ou podem emergir quando pensamos a partir da lente do comum e do bem viver?”. As mesas foram compostas por nomes atuantes na filantropia da nossa rede como o de  Mônica Ribeiro (Rede Comuá), Roberta Ribeiro (GT Mulheres Grande Guerreiras), Paola Lima (Casa Fluminense), Sandra Silva (Thousand Currents), Ronaldo Eli (Sítio das Matas), Natasha Gabriel (Instituto ELOS) e Taynara Dias (Instituto Chegados). 

Durante as conversas sobressaltou a questão da burocratização do acesso aos recursos. Ronaldo Eli trouxe à mesa a vivência dos terreiros neste percurso, dando uma aula a respeito de como é incoerente exigir das pessoas que vivem nestes território métodos  tão distantes do modo de viver dessas pessoas.

 

“Foi importante estar em contato com outros grupos que têm uma atuação semelhante a nossa em diversos aspectos por conta de diversos questionamentos que a gente tem que não são só nossos, não é só a gente que se incomoda com a burocracia, com a leitura que as entidades filantrópicas tem, principalmente no que diz respeito a organizações e coletivos que partem de outros princípios civilizatórios como é o nosso caso. Eu saio daqui pensando que nós não somos os únicos que acreditamos que a filantropia precisa ser desafiada a se transformar para nos atender dentro daquilo que nós somos e fazemos” Ronaldo Eli – Sítio das Matas

Outro ponto alto foi levantado por Dener Xavier (Instituto Chegados) que em sua fala e em suas ações dentro do seu território questiona a posição de subalternidade a qual pessoas pretas vêm sendo submetidas ao longo de toda a história pós colonial. Para ele, essa parcela da população precisa se engajar em obter os meios de produção ao invés de seguir “pedindo” aos grande fundos. A isso, Sandra Silva  (Thousand Currents) posiciona que ao solicitarmos recursos, estamos reivindicando igualdade e direitos que nos foram usurpados.

Dentre outros pontos, os debates levantados pelos presentes fizeram emergir a necessidade do fortalecimento e da legitimação da filantropia em prol do que já é realizado pelas própria comunidades e da contínua falta de repasse financeiro em situações de emergência.

“Apesar de estarmos em territórios diferentes, os nosso problemas são iguais. Há muitas organizações e coletivos que sofrem com a questão da filantropia ser concentrada para um grupos específico de pessoas e quando a gente fala de filantropia comunitária, a gente tá falando sobre pra onde o dinheiro vai e porque que esse dinheiro deveria estar indo para pessoas que produzem nos próprios territórios e não para grandes nomes porque na real, na real quem faz somos nós…” Paola Lima – Casa Fluminense.

Mediadore Calu interagindo com os ativistas Dener e Taynara

Manu, filha da ativista Luana Camargo

Rolou feira de artesanato com empreendedores da comunidade

A estudante de psicologia Vitória e Omi

O pescador e líder comunitário que trouxe à discussão a falta de repasse em situações de emergência

 

Luíza Xavier, coordenadora de comunidades do IP e Soledad Maria, coordenadora do La Cuida

 

 

 

 

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