“Um rio não deixa de ser um rio porque se encontra com outro rio. Ao contrário ele se fortalece” Mestre Nego Bispo
Com a citação acima, as facilitadoras Irene Silva e Bruna Viafre abriram o Encontro Sul x Sul.
No dia 26 de agosto teve início o Encontro Sul xSul: As periferias no centro da Justiça Climática e do bem-viver, um encontro de ativistas, majoritariamente comunicadores, de quinze países do Sul Global e financiadores do Norte Global. Durante o encontro, aconteceram rodas de conversa, painéis, discussões, muita comida, amor e encontros potentes.
Ao chegarmos fomos recebidos por um ambiente vibrante, no qual cada rosto parecia refletir uma história de dedicação e paixão pela luta e pelos bens comuns e justiça climática. Sentir a energia coletiva é como encontrar uma peça faltante no quebra-cabeça que montamos diariamente ao tentarmos montar um mundo melhor. O espaço estava repleto de pessoas que, como eu, acreditam que é possível e está ao nosso alcance.
Cada fala, cada painel foi um mergulho em narrativas inovadoras e inspiradoras. Ouvir histórias de comunidades que transformaram desafios em oportunidades me encheu de admiração e renovou minha fé na capacidade humana de criar mudanças significativas. As trocas de experiências foram como sementes plantadas em solo fértil, prometendo brotar e gerar frutos abundantes. No terceiro dia de evento, os participantes foram convidados a desenvolver protótipos que desenvolvessem iniciativas em parceria dos participantes.
Do LAB surgiram 3 propostas relacionadas a conexões, narrativas e metodologias de acompanhamento de organizações menores. A apresentação contou com a presença do Norte Americano Saleen Chapman que mencionou a importância de ouvir as vozes da luta climática no Sul Global.
Não esqueceremos dos momentos felizes como o passeio de barco pelo porto de Santos, a prática de canoagem, o samba e o forró, mas para mim o momento mais marcante se deu durante o fechamento. Das falas pudemos perceber que muitos dos participantes não sabiam ao certo o que esperar dos cinco dias de encontro. No entanto, cada um a sua maneira, se encontrou e encontrou sua forma de estar e permanecer. Rafis do Sapiência e Ana Rosa do Engajamundo que se conheceram ali, pareciam se conhecer há anos e desta conexão surgiu um dos momentos mais inusitados: o Sul X Sul S2, uma forma de conectar corações vagantes. E rolou! Akshay gostou tanto do encontro que tatuou na pele a bebida mais típica do país. Guilherme pareceu sempre ter estado no LAB Procomum tamanha familiaridade e Madu saiu certa de que sua carreira na música já é um sucesso (assim espero). Essas são apenas algumas das histórias que vi nestes dias.
“É difícil imaginar um mundo diferente quando nos sentimos estagnados. Por isso, quando fui convidado para representar o @nonadajornalismo no encontro internacional “SulxSul: As periferias no centro da Justiça Climática e do Bem Viver” organizado pelo @procomum em parceria com a UMI Found, lá em Santos eu não sabia muito bem o que encontraria. Mas estar em deslocamento é sempre um bom ponto de partida. Como diria o poeta pernambucano, “Um passo à frente/ E você não está mais no mesmo lugar.
E eu não poderia ser mais surpreendido positivamente pela organização do evento, as discussões e o formato encontrado para conectar os mais de 40 participantes de diversas organizações do sul global ligadas à direitos humanos e justiça climática. Debatemos as mudanças climáticas pela perspectiva do sul global com a participação de ativistas de diversos países e eu também participei de um painel sobre narrativas. Todas as ações foram pensadas para deixar os participantes confortáveis para compartilharem suas experiências, aprendendo juntos sobre os desafios (e alegrias) comuns.
Conexões naturais foram criadas, como a amizade que seguirá firme com o @pivide_kumaru , comunicador e ativista Kumaruara do Baixo Tapajós. As diferentes línguas presentes não foram barreiras para a comunicação. Os diversos corpos presentes se expressaram também através de sorrisos, danças e movimentos.” Rafael Glória – Nonada
“O Sul x South me fez lembrar o que é confiança e tranquilidade para executar um trabalho a tantas mãos.
Tantos desafios para trabalhar com clima – uma corrida por protagonismo?- que parecia impossível que em uma semana de agosto várias lágrimas iriam vir para me lembrar que são por momentos como esse que plantamos coisas bonitas.
A gente passa tanto tempo com as mesmas pessoas que o medo de arriscar se abrir é inerente. Dessa vez foi diferente.
Novas figuras apareceram por aqui: @rafismartinss é sem dúvida a minha cara metade e @madupreta é a amiga mais encantadora que a vida poderia me trazer.” Ana Rosa – Engajamundo
Da conexão, a colaboração e a confiança mútua que podem reverter crises e construir um futuro sustentável, um verdadeiro chamado para ação. Estamos nos articulando para que possamos seguir juntos em nossas ações. Eu me vi imersa em uma visão de mundo onde a solidariedade não é apenas um ideal, mas uma prática diária, e onde o que unimos é mais forte do que qualquer obstáculo que enfrentamos.
Durante os intervalos, enquanto conversava com outros participantes, percebi que ansiar a desistência é dar poder a quem nos deseja oprimir. Cada conversa revelava uma nova perspectiva, uma nova forma de enfrentar desafios, e uma nova maneira de sonhar. Foi um lembrete poderoso de que, apesar das dificuldades que enfrentamos, temos uns aos outros para nos apoiar e nos inspirar.
Ao final do encontro, voltei para casa não apenas com um caderno cheio de anotações e contatos, mas com um coração cheio de esperança. A visão de um futuro mais justo e sustentável agora não é apenas uma ideia distante, mas uma realidade palpável que podemos construir juntos.
Vivemos histórias transformadoras que puderam reposicionar a forma como nos entendemos enquanto cidadãos. O Encontro Sul-Sul foi mais do que um evento; foi um verdadeiro caldeirão de esperança, aprendizado, conexões profundas e, acima de tudo, uma forma de olhar nos olhos de pessoas que vivenciam as questões que muitas vezes a grande mídia nos mantém distante. Se em mim houve algum desconforto, este parte da percepção de que em cada pessoa ali, havia um universo de histórias de luta em prol da mudança impossível de ser compartilhada em uma semana. Estamos no caminho certo para criar um mundo mais solidário e inclusivo.
“Quanta saudade tava de fazer parte de espaços tão únicos como os que foi possível ter com o @procomum. Um laboratório de Sul x South pra criações geniais a partir das diferentes regiões. Nesse encontro não tive medo do inglês, não tive medo de arriscar tentar explicar com as mãos, nem medo de chegar e encontrar pessoas de 16 países. Isso só foi possível pelo cuidado, respeito e inovação que @georgia_nicolau @procomum e toda uma equipe valiosa tiveram com cada pessoa que estava se entregando para o processo.” Ana Rosa – Engajamundo
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