O que, como e quando?: provocações trazidas por Pedro Telles para que fossem estabelecidas as primeiras diretrizes para a prática de advocacy. Respondidas estas perguntas, podemos partir para a ação.
Nesta quarta-feira (23 de outubro de 2024), aconteceu a primeira oficina de advocacy, um evento que reforça os esforços da Rede de Justiça Climática rumo ao enfrentamento dos efeitos das crises climáticas na Baixada Santista. O evento contou com a presença de Pedro Telles, cofundador do Advocacy Hub, do professor Gabriel Mantelli e de mais de vinte convidados, além da equipe do Instituto Procomum.
Pedro Telles, cofundador do Advocacy Hub, ministrou a primeira parte do encontro, explicando que uma ação de advocacy é realizada por meio de um processo estratégico que visa influenciar políticas públicas e decisões que impactam a sociedade. Esse processo envolve mobilizar recursos, estabelecer parcerias, identificar tomadores de decisão e engajar-se em diálogos com eles. A ação é guiada por uma causa ou demanda específica e utiliza diferentes táticas, como campanhas de comunicação, articulação com a sociedade civil, pesquisa e produção de evidências e participação em espaços de deliberação política. O objetivo é promover mudanças sustentáveis e justas para os grupos impactados.
Após o almoço, o professor Gabriel Mantelli assumiu o microfone e destacou que as mudanças climáticas impactam muito mais as populações vulneráveis. Ele enfatizou que os danos climáticos devem ser abordados à luz dos direitos humanos, com foco na justiça climática e no racismo ambiental. Mantelli abordou não apenas as políticas públicas voltadas ao tema, mas também as falhas na sua execução. “Tanto o Estado quanto o setor privado devem ser responsabilizados pelos efeitos dessa crise”, afirmou.
Além disso, ele propôs a criação de mecanismos permanentes para quantificar e mitigar os danos climáticos, incluindo o uso de um “orçamento de carbono” e o fortalecimento de redes como a que estamos criando.
A oficina de advocacy realizada no Lab Procomum proporcionou aos participantes uma oportunidade de entender ferramentas estratégicas para influenciar políticas públicas. O encontro não só fomentou a troca de conhecimentos práticos sobre como estruturar ações de impacto social, mas também ressaltou a importância da colaboração entre diferentes atores da sociedade civil. Ao final, os participantes saíram mais capacitados para engajar-se em processos de transformação social e política, fortalecendo redes e ampliando o alcance de suas causas
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