O Grupo de pesquisa em Governança e Gestão do Oceano no Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Rede pelo Clima realizaram o seminário “No Caminho para a COP30 – O oceano, a biodiversidade e os saberes locais na agenda climática”, realizado com apoio do Instituto Procomum nos dias 15 e 16 de maio.
Ativistas, pessoas pesquisadoras, gestoras públicas e comunidades, participaram do encontro, que promoveu um espaço de troca sobre saberes locais, participação popular, ciência e políticas públicas. O objetivo era a criação de mensagens da Baixada Santista para a COP 30, especialmente para o litoral e oceanos.
O encontro, realizado no campus da Baixada Santista da Unifesp e no Lab Procomum reuniu vozes diversas que pesquisam e estão próximas do litoral de todo o país. Assim como a Angélica Caiçara, líder da Associação Amor Castelhanos, de Ilhabela. “Os oceanos é que alimentam as comunidades tradicionais, principalmente com as pesca, a pesca tradicional, né? E hoje o nosso oceano tá sendo muito explorado. A gente tem que preservar, tem que discutir o mar e discutir com a cadeia alimentar da pesca, que é os pescadores artesanais, que são eles que entendem quando o peixe pode pescar, quando não. Então é muito importante conversar com o pescador porque eles são os do mar”, afirma.
Já Carlos Alberto Pinto dos Santos, mais conhecido como “Carlinhos”, pescador artesanal na Reserva Extrativista de Canavieiras, no litoral sul da Bahia, chama a atenção da importância de se levarem as vozes pelo litoral para a COP 30. “A demanda nossa enquanto movimento social e uma articulação de povos e comunidades tradicionais tem sido no processo de que esse é um assunto que precisa ser debatido melhor conosco, porque somos nós os maiores atores da conservação”, afirma.
Também tivemos a presença de representantes locais, como Eduardo Hipólito, pescador e liderança da Ilha Diana, região do estuário de Santos e vizinha a área portuária. Ele relatou a falta de entendimento e união de sua comunidade para defesa de seus costumes, meios de subsistência e meio ambiente. Impactos causados pelo trânsito portuário, além de projetos de expansão sobre áreas de proteção como manguezais também desafiam sua comunidade.
AÇÕES DE CUIDADO
Durante a ocupação do LAB e no Campus da Unifesp, também foram realizadas ações de cuidado, como a roda intervenção dos sonhos, na qual estagiárias de psicologia da Clínica do Comum fizeram uma intervenção escutando sonhos sobre ansiedade climática dos participantes.
SOBRE A REDE PELO CLIMA
A Rede pelo Clima é uma iniciativa do Instituto Procomum que articula uma coalizão comunitária voltada à justiça climática nos municípios da Baixada Santista. Ela nasceu em 2024 como um experimento de aprendizagem coletiva, incidência política e fortalecimento de organizações locais que enfrentam, na prática, os efeitos da crise climática.
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