Dos dias 11 a 13 de fevereiro o Instituto Procomum esteve no “Encontro Vozes da Cultura pelo Clima, trilhando caminhos para a COP 30″, em Alter do Chão, Pará. A iniciativa foi organizada pela Amazônia de Pé (AdP) e a People’s Palace Projects (PPP), e ressaltou a cultura como um elemento essencial na discussão sobre a transformação relacionada ao clima.
Durante o encontro, 30 artistas, mestres da cultura popular, fazedores de cultura, ativistas socioambientais, pesquisadores e comunicadores, principalmente da região amazônica, foram convidados a participar de um intenso espaço de debate. O evento foi dividido em três dias, com etapas fundamentais para a construção de propostas voltadas à COP 30, que ocorrerá em Belém em novembro de 2025.
Dia 1: Chegar e Aterrar
Os participantes se apresentaram e mapearam ações e pessoas envolvidas, compartilhando discursos inspiradores sobre a COP 30, em um momento de interação vibrante.
Dia 2: Imaginar e Construir
No segundo dia, os participantes exploraram o território com as Suraras do Tapajós e colaboraram na criação de propostas para a elaboração de uma cartilha, focando em inovações e ferramentas para a mobilização cultural.
Dia 3: Trilhar e Flechar
O último dia foi dedicado ao desenvolvimento de estratégias para a carta de recomendações, buscando maneiras de levar as demandas culturais até as negociações da COP 30. O encerramento contou com um coquetel e um palco aberto para que os artistas pudessem apresentar suas obras, que expressam a luta nos territórios brasileiros.
Para a diretora e cofundadora do Procomum, Georgia Nicolau, que esteve no encontro, “a luta pela riqueza coletiva que herdamos, que inclui a natureza, a cultura e o saber, torna-se essencial. A aproximação entre cultura e clima é crucial para efetivar a mudança necessária para um futuro sustentável, que já é visível em muitos lugares, mas constantemente ameaçado. É uma disputa de valores que se manifesta em propostas como inserir a cultura nas negociações da COP 30 e unir arte e ativismo para promover mudanças efetivas”.
O Encontro, sediado pela Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, com Alter do Chão, especificamente o território Borari, foi crucial para traçar um plano estratégico que fortaleça a incidência na COP 30 e destaque a importância da cultura nas discussões climáticas. Para Walter Kumaruara, do Coletivo Jovem Tapajônico e participante da rede SulXSul, “esse evento foi muito importante pois, muitas vezes, trabalhamos pautas separadas, como saúde, que anda lado a lado com clima e cultura. E esse intercâmbio veio se somar muito ao que vemos do que é cultura e no que o clima está influenciando nas culturas existentes, e o que podemos fazer, em conjunto para agir e mudar esse quadro”, completa.
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