Contra a infâmia, narrativas do encanto

Neste sábado (14), pela manhã, realizamos a primeira assembleia aberta do Instituto Procomum. À tarde, foi realizado o evento “Um ano em um dia”,  com apresentações de várias pessoas da comunidade do LAB Procomum. A Assembleia foi conduzida pelo mágico Mr. Duds, um dos participantes da primeira temporada da Colaboradora Artes e Comunidades, e teve a participação especial de Luciana Oliveira, do GT Pop Rua Medicinal, e dos tambores de Devison Santana, que participou ao longo do ano das atividades do GT Acotirenes.

Leia o texto de convite da Assembleia:

“Ano 01 da tragédia Bolsonaro. Ano 04 de existência do Instituto Procomum. Nascemos como organização em meio à crise política global, à catástrofe brasileira, asfixiades pelo céu que se comprime sobre nossas cabeças ocidentais. Nascemos para ser um experimento organizacional do comum e seguimos apostando nisso, buscando conexões, parceiras, parceiros, parceires que queiram criar em coletivo, entre todes, entre nós, tecendo comunidades e alimentando redes de afetos. 

Neste 2019, buscaremos experimentar outros significados para a palavra assembleia, indo além da reunião de nossos associados, como fizemos nos últimos dois anos. Teremos uma assembleia aberta, com o tema: “contra a infâmia, narrativas do encanto”. Uma assembléia-encruzilhada, para trocarmos uns com os outros, partilharmos angústias e perplexidades, sonhos e desafios, táticas e estratégias, alinhando mente, corpo, espírito, coração e desejo. 

Como nos ensina a epistemologia das macumbas (valei-me Simas e Rufino!), o contrário da vida não é a morte, mas o desencanto. O desencanto é a morte em vida. É a anulação da possibilidade de existir. Engana-se, portanto, quem considera o encanto otimismo tolo. Encanto é feitiço e contra-feitiço, drible e ginga; é corpo purificado depois do banho de descarrego, passeio pelo arco-íris, paraquedas colorido (benção Ailton Krenak!) construído com nossa capacidade crítica e criativa. Desconfiemos da acomodação! 

O comum, para nós, (evoé Bianca Santana!), é partilha, da energia vital, do axé, da vida vivida, é tática para inventarmos um mundo possível entre diferentes, estratégia para ir além do colonialismo, do patriarcado, do capital e da soberba antropocêntrica. 

Daí o porquê de nos reunirmos, para falar, ouvir, dançar, comer e beber, em um ambiente baseado na confiança e na reciprocidade, na alegria e na coragem, na certeza de que nós, entre nós, a partir de nós e para além de nós, podemos partilhar formas de viver melhor.”

 

1280 854 Editor
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