O QUE É A PESQUISA AÇÃO DO LAB PROCOMUM?
Memórias, narrativas e tecnologias negras da Baixada Santista, é um processo de pesquisa-ação e produção de conhecimento e tecnologias antirracistas, assim como de valorização e visibilização da cultura negra, conformando um modelo de referência no diálogo entre negritude, tecnologias, inovação e o conceito de comum desenvolvido pelo LAB Procomum fortalecendo a negritude da Baixada Santista, por meio da arte, da cultura e da inovação.
A pesquisa se desenvolve através dos eixos metodológicos do LAB Procomum: narrativas, formação contínua, desenvolvimento de protótipos e residências artísticas.
Memórias apagadas na terra da liberdade
Por Marcos Augusto Ferreira – Jornalista/pesquisador
A teia que tece a cidade é mais que o trançar de ruas, alamedas, avenidas e transeuntes. É algo infinitamente maior que arranha-céus que, como traços invisíveis, esquadrinham o espaço urbano para demarcar áreas de privilégios e privilegiados. Sob concretos, pedras, cimentos e asfalto há um passado nada perfeito, porém, repleto de histórias, lendas, heróis anônimos ou colocados no anonimato.
A cidade é feita, sobretudo, de suas gentes, narrativas e tantos heroísmos forjados no embate cotidiano, sem direito a efemérides e títulos de nobreza. No entanto, os “agentes do progresso” elegem seus heróis, seus marcos de referência e estabelecem formas “ideais” de viver neste “urbano perfeito” que desenham. O que se pretende moderno é construído com a demolição daquilo e daqueles que são ‘eleitos’ como descartáveis e, por isso, podem ser postos no esquecimento, sob os escombros.
Em nome da racionalidade e da objetividade, a ideia do novo desconstrói a memória e ergue um presente de segregação, exclusão e apagamento do passado. Não são ações neutras. Escolhe-se, planejadamente, o que se quer denominar cidade e quem, de fato, a ela pertence.
Por esse motivo, o objetivo do nosso projeto não é apenas o de remover destroços para revelar o que há de belo e feio sob os escombros da história não contada. Queremos reavivar a memória, ressignificar os espaços urbanos, revelando, reconstituindo e construindo novas narrativas e práticas de convívio. Não há neutralidade na nossa intenção. Há razões múltiplas e subjetividades variadas para buscarmos compreender o quanto a população negra foi (e é) fundamental nos processos de formação da Baixada Santista.
Progresso é possibilitar a convivência, a dignidade, a valorização dos corpos (nos espaços físicos e nas subjetividades). É preciso demolir a ideia de desenvolvimento que exclui e segrega. São séculos de tentativas de soterramento da história da população negra. Séculos de resistência para sacudir a poeira e “dar a volta por cima”. Nossa tarefa não é fácil, sequer é obra com acabamento definido. Mas a história deve ser revisitada. Deve estar à vista, permanentemente reconstituída. Viva na memória, narrativas, lendas, práticas e tecnologias daqueles que foram apagados dessa história.
QUEM SÃO OS ENVOLVIDOS?
MARCOS AUGUSTO FERREIRA – JORNALISTA/PESQUISADOR COMISSIONADO
UNIFESP
GP TRAMPOLIM
CASA DE CULTURA TAINÃ
MUDALAB
IKE BANTO
DATALABE
NICHO 54
GT INVENÇÕES E TRAQUITANAS
GT CULTURA HACKER
GT MARSHA
GT ATHIS
GT ACOTIRENES MEMÓRIA E NEGRITUDE
GT PLANTAS MEDICINAIS
GT AUDIOVISUAL
BRINCAR ELAS
ASSOCIAÇÃO CULTURAL AFROKETU
DANI EMILIANO
RENATO FROSCH