Rede Comunitária pela justiça climática na Baixada Santista

Desde 2019, o Instituto Procomum e o LAB Procomum, laboratório cidadão em Santos, atuam, por meio de nossas metodologias de ativação comunitária e inovação cidadã, com os efeitos da emergência climática, o racismo ambiental e seus impactos na população. Nosso interesse é oferecer conhecimento, infra-estrutura e redes para fortalecer a cidadania, as organizações comunitárias do Brasil e a capacidade de incidência política da sociedade civil.

As mudanças climáticas já configuram os maiores desafios enfrentados na atualidade, principalmente pelas comunidades.

Em 2024 estamos construindo uma agenda permanente de diálogo, articulação e incidência em torno dos tópicos relacionados às mudanças climáticas, seus efeitos e na busca de  soluções. Estamos atuando na construção de uma rede ativa por meio de encontros que unem pessoas, ativistas, pesquisadores e organizações de todo o território da Baixada Santista.

Ativistas, ambientalistas, acadêmicos, artistas, jornalistas, lideranças comunitárias, agentes públicos… sua presença é fundamental! Venha fazer parte dessa rede.

1ª reunião aberta sobre justiça climática na Baixada Santista

No dia 10 de abril, aconteceu no LAB Procomum uma reunião aberta para construção de uma rede comunitária comprometida com a agenda climática na Baixada Santista.

Reunimos  um total de 57 participantes, demonstrando o grande interesse da comunidade em discutir e buscar soluções para os desafios da mudança climática. Dentre os participantes, pessoas majoritariamente das cidades de Santos, São Vicente, Guarujá, São Paulo e Bertioga.

Entrevistas

Conheça alguns dos participantes do primeiro encontro  e saiba o que os têm motivado a querer incidir sobre o tema:

Ao perguntarmos para os participantes, entendemos que as maiores urgências estão relacionadas aos seguintes problemas:

-Planejamento urbano e moradia
-Desastres naturais e mudanças climáticas
-Comunidade e representatividade
-Formação e falta de comunicação

-Saúde e bem-estar
-Vulnerabilidade social
-Gestão de resíduos e reciclagem

Temas Emergentes

Neste primeiro encontro começamos a delinear quais tópicos devem ser trazidos nos próximos. Desta conversa surgiram os seguintes temas:

1. Necessidade de fortalecer a comunicação e o engajamento da comunidade, especialmente em áreas periféricas
2. Importância de abordar as interseções entre questões ambientais e sociais, com foco em racismo ambiental e formação de agentes multiplicadores
3. Fortalecer a participação em conselhos municipais, buscar recursos e criar mecanismos de pressão social, como a metodologia Sleeping Giants
4. Unir diferentes grupos e movimentos sociais para ampliar o alcance e a efetividade das ações
5. Preocupação com os impactos socioambientais e mobilização para audiência pública como Navio Bomba

A partir da rede formada, notamos que participar deste encontro é:

A fim de validarmos o trabalho de outras instituições para que estes também nos inspirem e servem como base para caminharmos rumo aos nossos objetivos, elencamos algumas instituições, organizações e projetos que já atuam neste campo apontando soluções.

INICIATIVAS

  • Hub de Justiça Climática
  • Fortalecimento de lideranças femininas negras e quilombola em qualquer território (Peregum)
  • Iniciativas de cooperativas e entidades de classe para ação
  • Ideias e ações para um novo tempo (SESC Santos) em Junho de 2024 – apresentação de iniciativas na temática climática
  • Coalizão Negra por Direitos e Parceiros (adaptação anti racista)
  • Trazer interseccionalidade
  • Centro Brasileiro de Justiça Climática
  • Manguezal Vivo
  • Instituto Elos (mobilização das comunidades)
  • Perifa Sustentável (pessoas das periferias participando de planos e políticas públicas)
  • Horta Comunitária Bons Frutos (agricultura urbana)
  • Jardineiros de Guerrilha
  • Projeto Lixo do Mangue Tacamarã
  • Projeto Nossa Praia
  • FABs
  • Lixo Zero
  • Bons Frutos
  • Procomum
  • Estação da Cidadania
  • Modelo de previsão de eventos extremos no Núcleo de Pesquisa Hidrodinâmicas (NHP) – Unisanta
  • Instituto Nossos Sonhos – Coleta de recicláveis na catraia
  • Associação Amigos do Mangue em Cubatão
  • Sair deste encontro com uma manifestação e passeata contra o Navio Bomba e Incinerador
  • Oficina Nó e Movimento
  • Coletivo Flor de Cacto (Formação de multiplicadores em Ecossocioeducação para o sujeito ecológico)
  • Greenpeace – Bertioga (Limpeza das praias)
  • Ação Clima Popular
  • Rede Livres (segurança alimentar)
  • WRI
  • PROADAPTA
  • GIZ
  • HIVOS
  • Sea Shepherd
  • Eco Faxina
  • Caiçara Vegan Fest
  • Horta Bons Frutos
  • Rede Livres
  • Lixo Zero
  • Composto e Cultivo

POLÍTICAS

  • Guias da ONU para cidades e comunidades (do ponto de vista das emergências climáticas)
  • Plano Nordeste Potência (ação regional)
  • Fórum de compostagem e agricultura urbana
  • Hortas comunitárias, CSAs, Meliponário, Projetos de manejo agroecológico da Mata Atlântica
  • Feiras de orgânicos de Santos
  • Praia Limpa e reciclagem na Baixada Santista
  • Soluções baseadas na natureza (sbn) e adaptação baseada em ecossistemas (abe)
  • Políticas Nacional e Municipal de ação climáticas (Plano Nacional e Municipal)
  • Garantir e fortalecer o PNAE e PAA (todo apoio à agricultura familiar e agroecológica é fundamental)
  • Movimento ODS Santos 2030

PROJETOS

  • Limpeza praias, manguezais, conscientização
  • Educação ambiental envolvendo população na conservação do meio ambiente marinho, de manguezal
  • Preparação de incentivo e muitas pessoas multiplicadoras dessas práticas (grupos de acompanhamento de cada cidade)
  • Projetos de cidades e edifícios de acordo com o clima local (materiais locais, bioconstrução)
  • Composta e Cultiva (lixo orgânico)
  • Projetos de adaptação climáticas devem trazer sabedoria (ancestral e social) das pessoas dos territórios
  • Projeto piloto de adaptação baseado nos ecossistemas – ABE Montserrat
  • Brechó e Oficinas de Costura
  • Reciclagem dos resíduos orgânicos transformando em adubo e implantar hortas comunitárias, através dos moradores
  • para geração de renda
  • Evitar descarte utilizando o artesanato como renovação de peças de decoração, acessórios e vestuário (macramê)
  • Movimento popular de reaproveitamento de tampinhas de plástico, transformando em outros objetos

PARTICIPANTES

  •  Ação Clima Popular
  • ATHIS (Assessoria Técnica em Habitação de Interesse Social)
  • BR Cidades (Observatório das Metrópoles – Núcleo Baixada Santista)
  • IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo)
  • UNB Ecologia Humana
  • LAB Procomum – GT Coletivo Flor de Cacto
  • Educafro Valongo
  • FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)
  • Grupo de Trabalho de Gênero e Clima do Observatório do Clima
  • Movimento Compartilhartes
  • Movimento Negro Unificado
  • LIVRES (Cooperativa de produtores e consumidores)
  • JOC (Juventude Operária Católica)
  • Grupo Mulheres do Brasil – Unidade Santos e Centro Santista de Arte Contemporânea
  • Co cidadania e participação na frente ambientalista da Baixada Santista
  • Fórum da Cidadania de Santos
  • Rede de Sustentabilidade
  • SEESP (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo)
  • CONSEG (Conselho Comunitário de Segurança)
  • Fórum Social da Baixada Santista
  • Semana Municipal do Hip-Hop
  • Horta Comunitária Bons Frutos

A MAIORIA DOS PARTICIPANTES SÃO MEMBROS DE ALGUM GRUPO, ORGANIZAÇÃO, MOVIMENTO SOCIAL, GRUPO ACADÊMICO, REDE OU COMUNIDADE.  73% deles JÁ ESTAVA ENVOLVIDO EM DEBATES SOBRE A URGÊNCIA, ADAPTAÇÃO OU MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS ANTES DO ENCONTRO REALIZADO NO LAB

Foram levantadas informações e ações relacionadas à agenda climática, com diversos atores engajados em pesquisas, planos de ação e iniciativas para mitigar e se adaptar às mudanças climáticas. Vale lembrar que  existem  diversas outras fontes e ações relevantes para aprofundar o conhecimento a respeito do assunto.

Depoimentos

O que a gente vem tentando é encontrar soluções para estar dando uma vida mais tranquila para quem mora no mangue, para quem mora em bairro periférico, para quem mora nas encostas dos morros… É fazer essas informações a respeito das políticas climáticas chegarem nas quebradas porque eu sei o que está acontecendo, eu circulo, eu saio da minha bolha e tenho esse acesso, mas quem tá lá não sabe que existem essa políticas climáticas, não sabem como podem ser utilizadas e não sabem como acessá-las.Bete Nagô
Eu vim, me empolguei, fiquei muito feliz de saber que a cidade de Santos e a sociedade civil estão olhando pra isso. Santos é uma cidade crucial na questão da adaptação climática, vivemos em uma das cidades que está sofrendo com os extremos climáticos , a gente está “desaparecendo” assim como Recife, então não basta a gente ter um plano de adaptação climática. Sim, ele é bem-vindo e deve ser feito, mas ele precisa vir com justiça climática, ou seja, pensar nos diferentes corpos que existem em Santos.Tatiane Matheus
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