Saúde, Cuidado e Tecnologia: debates urgentes

Saúde, cuidado y tecnología: una relación atemporal 

Uma série de debates online em Portuñol

EN – English Below

 

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Um debate urgente

 

“o cuidado de si não se trata apenas da construção de uma subjetividade centrada na adesão livre a um estilo que quer dar à sua própria existência, mas, sobretudo, por voltar-se à construção de sujeitos coletivos libertos dos processos de subjugação e subalternização”. O cuidado de si se realiza para esses sujeitos no cuidado do outro, cuja libertação é a estética de suas existências.” – Sueli Carneiro 

 

“Os cuidados transitam em outro tipo de abundâncias invisíveis. Eles têm a ver com todas as práticas que levam à reparação ou à manutenção da vida. Possuem relação com o que há de mais simples e comum: dar comida, fornecer aconchego, produzir bem-estar, manter a conversa, ouvir o incabível ou inusitado, oferecer esmero, sentir o futuro, experimentar com os outros, fazer coisas juntos, desfrutar as nuances, acompanhar processos e criar espaços seguros”

Antonio Lafuente

 

 

Em nossas ancestrais aglomerações, o cuidado foi o amálgama das esferas da saúde e do convívio coletivo. Esse mesmo cuidado foi, sempre, acompanhado de um suporte tecnológico, da transformação das plantas em alimentos saudáveis e de cura às construções linguísticas mantenedoras de um tecido social.

O avanço em simbiose da medicina e da tecnologia cada vez mais transformou nossa saúde – e o seu cuidado – em algo que não nos cabia. Cabia ao especialista nas técnicas. Não necessariamente nas técnicas do cuidado, mas nas do aparato tecnocrático que desenvolveu mercado, investimentos e, até, curas.

 

A pandemia trouxe de volta uma visão para a saúde como dependente do cuidado pessoal e, ao mesmo tempo, comunitário. Do cuidado mútuo. Da reciprocidade e da solidariedade como elementos fundamentais sobre saúde e doença.  Do uso de métodos tradicionais de tratamento imunológico à produção colaborativa de equipamentos de proteção individual para profissionais do setor de saúde, passando por coletivos de atenção básica comunitária à paradigmas de narrativas futuristas latinas, quais os caminhos que a catarse pandêmica nos apresenta? Quais os destinos possíveis em um planeta social pós pandemia, nas esferas sociais, econômicas e ambientais? E quais os nossos desejos, hoje, que guiam este futuro quase distópico?

 

Queremos aprender e desenvolver a partir da experiência das respostas à pandemia que conectou agentes dos setores público, privado e da sociedade civil. Queremos explorar os tempos e suas ações relacionadas, e conjugar o pretérito, o presente e o futuro, em um espaço de convívio digitalizado.

Tempo verbal 1: O pretérito mais-que-perfeito

29 de maio, 11am UTC -3

 

O pretérito mais-que-perfeito do indicativo é usado para apresentar uma ação que ocorreu antes de outra ação passada. Pode demonstrar também um acontecimento situado de forma incerta no passado.

 

Neste encontro com três mulheres sábias, vamos nos perguntar. O que ainda sabemos? O que sabemos que sabemos e o que esquecemos que sabemos? O que ainda podemos aprender? Quais as tecnologias pretéritas estão nos salvando ou pelo menos impedindo que a tragédia seja ainda maior? 

A flexionar o verbo:

Luciana Oliveira

Tem 48 anos,  é mulher negra, mãe, dentista, homeopata, especialista em saúde pública e pesquisadora  de plantas medicinais. é integrante do GT Plantas Medicinais no Lab Procomum e compões o projeto Careables América Latina. 

 

Bianca Santana 

Doutora em ciência da informação, autora de “Quando me descobri negra” (Sesi Editora, 2015)  e organizadora de coletâneas sobre gênero e raça.  Atualmente, está escrevendo uma biografia sobre a filósofa, escritora e ativista Sueli Carneiro. Pela UNEafro Brasil, tem contribuído com a articulação da Coalizão Negra por Direitos e também realiza o projeto Agentes Populares de Saúde. é Conselheira do Instituto Procomum. 

 

Liliana Pechene 

Es una mujer indígena del Pueblo Misak del Cauca – Suroccidente de Colombia. Exgobernadora, lideranza y activista de los derechos  de los pueblos indígenas en Colombia y el mundo. Ha trabajado Con pueblos del Sudeste Asiático, norte europeo y latinoamericano. Su lucha se destaca por la defensa territorial y cultural, por fortalecer las identidades como parte de la resistencia ante la homogeneización y globalización territorial,  política, económica y cultural. Por estos trabajos ha sido galardonada por varios reconocimientos a nivel nacional e internacional como:  Meet Our Featured Rural Women Activists National Democratic Institute; Mejores lider  de Colombia en el 2018 y premio Internacional Elionor Ostrom en 2019.

 

Tempo verbal 2: O futuro do pretérito

29 de maio, 11 am UTC -3

O futuro do pretérito do indicativo se refere a um fato que poderia ter acontecido posteriormente a uma situação passada. É utilizado para indicar uma ação que é consequente de outra, encontrando-se condicionada. Expressa também incerteza, surpresa e indignação. 

 

Laboratórios de impressão digital e produção compartilhada – os “maker labs” da indústria 4.0 – de diferentes partes do continente conseguiram produzir e abastecer centros de saúde em suas regiões. Além disso, dezenas de sistemas de informação foram criados e compartilhados por hackers e ativistas locais. Quanto de cuidado tem na tecnologia e quanto de tecnologia exige cuidado? Como isso se dará daqui pra frente? 

A flexionar o verbo:

Rhal Ferreira 

Homossexual se desconstruindo e se descobrindo como não binário. Casado há 4 anos com Rafael Oliveira e residindo com um mesmo há 5 anos. Ligado às questões de gênero e sexualidade desde a graduação quando participou do Gevive (Grupo de extensão e pesquisa em gênero e sexualidade), um grupo de gênero e sexualidade com uma proposta vivencial. Atuando com intervenções feitas no ambiente interno e externo da universidade. Realizando pesquisas sobre bullying homofóbico nas escolas da região metropolitana do Recife. Participando na escrita de artigos científicos acerca das questões de gênero e sexualidade aplicados ao contexto atual da nossa sociedade. Atuante agora em um laboratório de fabricação digital o Coletivo 3d, em Olinda, PE – Brasil, na função de sócio e psicomaker ( união da psicologia ao universo maker).

 

Cinthia Mendonça é  diretora da Silo – arte e latitude rural, uma ação que oferece residências artísticas e laboratórios de pesquisa, sendo um espaço de arte, ciência e tecnologia.. É artista da performance e pesquisadora, graduada em direção teatral na UFRJ e mestra em Artes Visuais pela mesma instituição. Atualmente cursa o doutorado em Práticas Artísticas Contemporâneas na UERJ. Possui experiência em trabalho transdisciplinar junto a comunidades rurais. É mentora do Laboratório de Innovación Ciudadana produzido pela SEGIB. Durante cinco anos foi gestora/fundadora da Nuvem – Estação Rural de Arte e Tecnologia, projeto que obteve patrocínios através das leis de incentivo à cultura.

 

Offray Vladimir Luna Cárdenas

Un aprendiz, docente, investigador y consultor. Usuario de software libre desde 1996. Se ha desempeñado como docente de tiempo completo de la Universidad Javeriana y catedrático de las Universidad Autónoma de Colombia (Maestría en Didáctica de las Ciencias), Universidad de Caldas (Maestría en Diseño y Creación) y tutor y jurado de tesis de pregrado y postgrado. Miembro fundador de HackBo, un hackerspace en Bogotá. – https://twitter.com/offrayLC/

 

Tempo verbal 3: Presente do subjuntivo

12 de junho, 11 am UTC -3

 

O presente do subjuntivo pode indicar uma ação presente ou futura. É usado para indicar desejos, hipóteses e suposições.

 

Como chegamos até aqui e o que isso tem a ver com (des)cuidar, esquecer e com (des)aprender?  Quais os verbos que precisaremos conjugar para projetar, a partir do presente, a vida? O que precisaremos (des)cuidar, lembrar e desaprender? 

 

A conjugar os verbos:

Antonio Lafuente

Antonio Lafuente García é um pesquisador do Centro de Ciências Humanas e Sociais do Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha na área de estudos da ciência. Tem trabalhos nas temáticas Trata da expansão colonial da ciência e na relação da ciência com seus públicos e com conhecimento profano. 

 

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