Clínica Aberta do Comum – Instituto Procomum e Unifesp unidos pelo bem estar da nossa comunidade

O Instituto Procomum se compromete a ser um espaço de segurança e bem estar quem o frequenta. Pensando nisso, desde 2020 nosso LAB recebe estagiários de Psicologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (Campus Baixada Santista) a fim de estabelecer melhores conexões entre as pessoas da nossa comunidade, posto que estamos em um espaço onde a diversidade e as tensões que dela provém são temas chave. O programa já recebeu mais de 20 estudantes desde o seu surgimento e a partir do dia 13 de abril de 2023 sob a supervisão da Professora Doutora Jaquelina Imbrizi, cinco destes alunos darão corpo a Clínica Aberta do Comum.

 

O projeto oferecerá atendimento presencial gratuito para a comunidade do IP (equipe e frequentadores) e futuramente para pessoas que vivem no entorno do  nosso território. Às quintas-feiras serão oferecidas 2 opções de horário para atendimento: 13h e 14h, cada atendimento terá a duração de 50 min. Em cada horário serão oferecidos de quatro a cinco atendimentos. Os interessados devem se inscrever através de formulário oferecido presencialmente, mas Jaquelina sinaliza que a longo prazo, as inscrições também poderão ser feitas via e-mail. 

 

“Trata-se de um modo de popularizar a abordagem teórica em psicanálise, como também, de espraiar sua visão de mundo e perspectiva política para todos que se interessarem. Neste sentido, é uma proposta democrática que visa produzir o comum em uma rede de afetos que tende a se ampliar em modos de bem viver em comunidade.”

 

A Professora também explica que houve uma percepção da necessidade deste tipo de acolhimento por parte de Marília Guarita, Diretora de Recursos e Luíza Xavier, Coordenadora de Comunidades do IP e preceptora de estágio das alunas Giovana Carvalho, Monique Martorelli, Marina Surita e Ana Beatriz Cordeiro. Há também a participação da mestranda Fabiana Santos. Jaquelina revela que a proposta da clínica tem como referência inicial  a teórica Miriam Debieux Rosa que foi supervisora de estágio de pós doutorado da Professora Jaquelina na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A pesquisa teve como tema a observação e prática da psicanálise vista sob a lente do contexto sociopolítico brasileiro atual.

 

“Mesmo nas situações mais adversas, é possível vislumbrar o efeito estruturante e organizador da escuta psicanalítica. Se o sujeito pode resistir, se ele encontra brechas na estrutura social para se manifestar, isso, entretanto, não basta. Para além da constatação dos efeitos subjetivos devastadores da exclusão está a ética e ética implica promoção de modificações nas estruturas sociais e políticas que sustentam essa situação social.” Miriam Debieux Rosa

 

Para além do referencial teórico, a Clínica Aberta do Comum está em conformidade com outras propostas já implementadas em várias cidades do Brasil como a Clínica Aberta de Psicanálise que acontece em lugares como a Casa do Povo em São Paulo e na Praça dos Andradas em Santos.

 

Jaquelina, que já tem uma pesquisa dentro do campo da pesquisa psicanalítica política, como mencionado anteriormente,  entende e expõe que o espaço de escuta e acolhimento é interessante para que a pessoa possa falar a respeito das suas dores. A escuta está vinculada a singularidade de quem fala, pois permite articulações com o contexto sócio político. A proposta de clínica aberta nasce, no Brasil, junto com o crescimento da extrema direita, evento que comprime grupos historicamente menos favorecidos. “Tem muito de culpabilização, o sujeito que sofre se culpa muito. Se o sofrimento está muito individualizado na sociedade capitalista, cabe a oferta de uma escuta que articule a singularidade do sujeito com o contexto social político de modo a desconstruir os alicerces que produzem a culpa no sujeito e este é um dos nossos objetivos” afirma Jaquelina.

 

“Pensamos no Instituto Procomum como um tubo de ensaio no qual é possível experimentar outras formas de vivência e da atuação do analista. Pensar a inserção do analista em um grupo é um dos conceitos que trabalhamos pois é uma forma de produzirmos conhecimentos comuns, pautar intervenções em trajetórias singulares de vida. Olhar para este sofrimento que é Comum e está sendo produzido no agora. Esta encruzilhada entre o singular e o Comum  nos auxilia na elaboração desta perspectiva da clínica que tem  muito a ver com a proposta do Instituto Procomum.” Para maiores informações, os interessados podem escrever para o email: [email protected]

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